quinta-feira, 3 de julho de 2014

Viva Rosa Parks! Nos EUA, lei que proíbe segregação racial completa meio século


publicado:gazeta.com.br

Costureira negra Rosa Parks, que recusou ceder lugar no ônibus para um branco, é lembrada como símbolo da luta por igualdade
O “não” dela mudou a história dos EUA. Rosa Parks, a costureira negra de Mont­­gomery, no estado do Ala­­ba­­ma, que se negou em 1955 a ceder lugar no ônibus para um branco, é um dos símbolos do movimento que deu força à comunidade afro-americana para brigar por igualdade.

A lei de Direitos Civis que proibiu a discriminação nos EUA completou ontem meio século. Foi uma das maiores conquistas do movimento baseado na ação pacífica e na voz de líderes como Martin Luther King e Rosa Parks.


Na cidade de Montgomery, núcleo desse movimento histórico, o vigia do cemitério de Oakwood guarda exemplos dessa história.

“Nessa região, só há afro-americanos enterrados. [As cores] não podiam se misturar”, explica diante das sepulturas mais rústicas, nas quais estão os corpos de escravos do século 19 e de “cidadãos de segunda” do século 20.

No segregado sul do país, os negros nasciam em hospitais separados, não podiam estudar nas escolas dos brancos, nem viajar sentados, nem comer em restaurantes, nem usar o mesmo banheiro público.

Os pais de Linda Brown, uma menina de sete anos do Kansas, não aceitavam que a filha viajasse diariamente até uma afastada escola para negros pois dispunham de uma instituição pública no bairro em que viviam (mas que era para brancos).

O caso dos Brown chegou ao Supremo Tribunal e, em 1954, a máxima instância judicial dos Estados Unidos deu razão ao casal: haver escolas só para brancos e outras só para negros era inconstitucional.

Conquistas

Em pouco mais de uma década, os afro-americanos, por meio dos advogados da Associação Nacional para o Avanço de Gente de Cor (NAACP, na sigla em inglês), conseguiram que a justiça desbancasse as escolas segregadas, além dos ônibus, as estações e os trabalhos reservados aos brancos. Martin Luther King Jr. foi testemunha das grandes mudanças legislativas e premiado com o Nobel da Paz, mas também acabaria morto com um tiro em 1968, aos 39 anos.



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