terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Mundo é Um Moinho - 30 anos ancestral Cartola


CartolaAinda é cedo, amor
Mal começastes a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és

Ouça-me bem, amor
Preste atenção o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estár a beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Carta dos Marinheiros - 100 anos da Revolta da Chibata

 *por Franklin Martins
Em novembro de 1910, os marinheiros dos couraçados Minas Gerais e São Paulo, sob o comando de João Cândido, revoltaram-se contra os maus-tratos de que eram vítimas, assumiram o controle dos dois navios e ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro se suas reivindicações não fosse atendidas. Para abrir as negociações, enviaram a carta que se segue ao presidente da República, Hermes da Fonseca. O governo dispôs-se a perdoar os cabeças do movimento e estudar a abolição dos castigos na Armada, se os navios fossem entregues aos oficiais. Os revoltosos toparam, mas o governo não cumpriu sua promessa. Cerca de 600 marinheiros foram presos; a maioria deles, enviada para a Amazônia, não sobreviveu muito tempo. Uma exceção foi João Cândido, batizado de “Almirante Negro”, que viveria até bem tarde. Chegou a ser homenageado, em vida, pelos marinheiros e fuzileiros sublevados em 1964.

Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910

Il.mo e Ex.mo Sr. Presidente da República Brasileira

Cumpre-nos comunicar a V. Ex.a, como Chefe da Nação brasileira:

Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá; e até então não nos chegou; rompemos o negro véu que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo.
Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais têm sido os causadores da Marinha brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Ex.a faça aos marinheiros brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir à Nação brasileira. Reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário, que a acompanha.
Tem V. Ex.a o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada.

Bordo do encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910.

Nota: Não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.

 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Umbanda - Festival de Cantigas Amanhã em Curitiba

Evento cultural com apresentação em Curitiba (FESTIVAL DE CANTIGAS) comemorativo aos 102 anos do anúncio da Umbanda. 20 novembro as 20 horas no Guairinha. A Umbanda é uma religião nascida no Brasil, que trás em sua essência a mistura étnica, que foi a base da formação do povo deste País, ou seja índio, Negro e Europeu, por conta disto, além de uma religião a Umbanda e também um pólo cultural, agregando a cultura de vários povos, sendo que a musica é a sua representação mais forte.

Por exemplo, sabemos sem a menor sombra de duvida que a mais importante vertente musical de nosso País, o samba, teve sua origem nos terreiros (Samba de terreiro). A Umbanda é reconhecida como Patrimônio Imaterial de varias cidades, inclusive Curitiba.

2. REALIDADE

Mesmo a Constituição Federal, no artigo 5º, VI, estipular ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, assegurando o livre exercício dos cultos religiosos e garantindo, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias, o movimento umbandista continua sendo alvo constante do preconceito generalizado da sociedade.

A Umbanda, uma religião brasileira-afro, e não afro-brasileira, pois sua origem é o Brasil, tem pouca aceitação em populações de alta renda, apesar desse índice, estar diminuindo progressivamente devido ao aumento do número de tendas na cidade de Curitiba. Ainda assim, esse número é ainda maior em uma cidade como Curitiba, com poucos negros e com índices invejáveis de riqueza.

Como minimizar o preconceito da sociedade Curitiba? Essa é a questão fundamental para esse projeto.

Sabendo que a melhor maneira de combater o preconceito é a conscientização e o esclarecimento, cada vez é mais necessária a interação do movimento umbandista com a sociedade.

Um evento cultural, deste porte, aproveitando a data do dia quinze de novembro do corrente ano, e a semana da consciência negra é uma oportunidade única para minimizar o preconceito com a única religião brasileira.

Um evento cultural, para a comunidade Umbandista e toda a população de Curitiba sendo apoiado pela Lei municipal 11.197 de 2004, que criou o “DIA DA UMBANDA EM CURITIBA” mostrará à própria comunidade umbandista, que, temerosa de represálias e preconceito, o valor da sua religião, resgatando seu orgulho e dignidade.

Este evento apóia-se em outras ações, inclusive algumas tomadas pela própria FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, que reconheceu a UMBANDA como PATRIMÔNIO IMATERIAL DA CIDADE, por meio de um projeto aprovado e custeado por ela “PRA VER A UMBANDA PASSAR DO ESQUECIMENTO A LEMBRANÇA”.

Além disso, para a participação no evento, será solicitado, como ingresso, a doação de 1 kg de alimentos não perecíveis, que serão destinados para instituições filantrópicas, ainda não definidas.

Os patrocinadores do evento terão seus nomes exibidos nos materiais de divulgação.

Aproveitar-se-á o evento para homenagear ícones da Umbanda em Curitiba, escolhidos por único e exclusivo critério dos dirigentes organizadores do evento, sem que haja quaisquer interesses políticos para a escolha.

Outro fato relevante a ser considerado é que o evento será divulgado para inúmeros centros, tendas ou terreiros de Umbanda de Curitiba (estima-se um número aproximado de 1800 terreiros), além da mídia impressa, faixas, banners, entre outros recursos, discriminados no item Divulgação.

5. ABRANGÊNCIA

Alem da divulgação nos veículos de imprensa escrita e falada, haverá a divulgação via cartazes, conforme item 6 infra e o contato com o número máximo possível de casas, centros, templos e terreiros de Umbanda de Curitiba.

Estima-se um número de 1.800 (mil e oitocentas) casas de Umbanda, segundo pesquisa realizada no projeto Para Ver a Umbanda Passar.

20 novembro de 2010 as 20 horas no Guairinha.


Fonte: Brasil Cultura

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Curitiba sedia Festival Paranaense do Samba

Curitiba vai sediar o Festival Paranaense do Samba, evento pioneiro que traz como um dos objetivos fomentar o desenvolvimento dos pilares que formam a cultura brasileira. Para isso, o Centro Cultural Humaita – Coletivo de Estudo e Pesquisa da Arte e Cultura Afro realiza uma série de atividades culturais e educativas em torno das raízes da nação brasileira.

Com apoio da Fundação Cultural de Curitiba, o Festival Paranaense do Samba reúne diferentes gêneros e mestres de samba e da cultura popular – do samba rural ao carnaval –, visando mapear a presença do samba em todo o Estado do Paraná antes de se tornar anfitrião dos expoentes do samba nacional. Esta é a quinta edição de um projeto que começou em 2008 e já foi realizado em Curitiba, Antonina e Tibagi. “O Festival Paranaense do Samba vem crescendo a cada ano e tem potencial para se tornar a maior festa de cultura popular do sul do país”, assinala.

LAVAÇÃO DAS ESCADARIAS DA IGREJA DO ROSÁRIO

O lançamento oficial do evento acontece neste sábado, dia 20, a partir das 9h30, com a lavação das escadarias da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito dos Pretos, seguida de cortejo de Afoxé até o Pelourinho, na Praça Tiradentes.

Primeiramente, acontece um culto inter-religioso, às 9h30, pelo Dia da Consciência Negra e pela tolerância religiosa. “Lavar” a antiga igreja dos pretos traz um forte simbolismo de purificação e resgate de tradições afro-brasileiras. Remediando o esquecimento crônico das culturas de matriz africanas na memória da cidade, a festa se estende em cortejo de afoxé até o Pelourinho de Curitiba, na Praça Tiradentes, passando pelas árvores sagradas na Praça Tiradentes – as Gameleiras, que representam o orixá do tempo. Orixás são “espíritos de luz” equivalentes aos anjos da guarda, ou, no sincretismo, aos santos católicos: Oxalá equivale a Jesus Cristo, Ogum (o guerreiro que guerreia pela paz) equivale a São Jorge, Xangô (o senhor da justiça) equivale a São Pedro, Iansã (a senhora dos raios e tempestades) equivale a Santa Bárbara. E, finalmente, Nossa Senhora do Rosário, no sincretismo, equivale a mamãe Oxum, senhora da fertilidade e da riqueza, mãe das águas doces, lagos e fontes, protetora dos dançarinos, artistas e preservadores das culturas populares.

Todos vêm de branco, simbolizando a pureza e a paz. E para comemorar o Dia Nacional do Samba, dia 2 de dezembro, tem início uma série de shows com mais de 200 artistas, que vão se apresentar em dois palcos no Largo da Ordem – Ruínas e Bebedouro. “Queremos evidenciar os compositores que existem no Paraná, como a primeira mulher puxadora de samba-enredo do Brasil, entre muitas outras riquezas escondidas”, aponta Candiero.

Ainda em novembro, serão feitos encontros com os estudantes de escolas públicas para debater o samba como ferramenta didática para aprendizado da história brasileira. Pela Lei Federal 10.639/03, o samba está sendo levado para dentro da sala de aula graças à legislação, que obriga o estudo da História da África e da História e Cultura Afro-brasileira. “Apesar da lenda da Capital Europeia, o Paraná é o Estado mais negro do Sul do Brasil, com 21% de afro-descendentes, segundo dados do IBGE. E não se pode falar em samba sem falar em cultura afro-brasileira”, analisa o presidente do Centro Humaitá, Adegmar Candiero.

A proposta durante a semana nas escolas é levar mestre-sala, gafieira, percussão, samba de roda, capoeira, formando um bloco que vai debater, junto com as crianças, a valorização da cultura afro-brasileira.


Fonte: ParanáShop

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Colonos e Quilombolas - Cidinha da Silva em Curitiba


"Colonos e Quilombolas", e "Os nove Pentes d'África" da escritora Cidinha da Silva


Nesta sexta-feira (12), às 19h00, na Sala Homero de Barros, na Reitoria da UFPR, a escritora lança dois novos livros
Nessa sexta-feira (12) na Sala Homero de Barros, na Reitoria da Universidade Federal do Paraná, às 19h00, a escritora Cidinha da Silva lançará os livros "Colonos e Quilombolas", retratos da territorialidade negra em Porto Alegre e "Os Nove Pentes d'África", a primeira experiência da autora no universo da literatura infantil.

O livro "Colonos e Quilombolas", foi elaborado em co-autoria com Irene Santos e outras escritoras, com  fotografias de pessoas, situações e crônicas escritas por Cidinha da Silva a partir de depoimentos de pessoas negras, ex-escravizados (as) e seus (suas) descendentes, moradores da antiga região da Colônia Africana (atual Cidade Baixa).

Na estreia de Cidinha da Silva na cena literária juvenil com "Os nove pentes d'África", a escritora traz  tradição e contemporaneidade, tecendo um bordado de poesia e surpresa na história de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e rituais cotidianos da narrativa.
Para saber mais sobre a autora acesse http://cidinhadasilva.blogspot.com

Vilma Neres
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