segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Posição da UNEGRO sobre a demissão de Orlando Silva


A UNEGRO lamenta a saída de Orlando Silva do Ministério do Esporte e solidariza-se com todos os seus familiares e amigos neste momento difícil da luta política no Brasil. Nossa confiança em Orlando, um dos fundadores da Entidade, permanece inabalada porque ele é um digno representante da população negra brasileira, vitimado pelo conservadorismo e pelo racismo abertamente declarado por Arnaldo Jabor quando destilou seu ódio ao ministro dizendo: “finalmente Orlando Silva caiu do galho...”, ou seja, insinuando que o ministro é macaco.
A trama estabelecida pela elite conservadora teve exclusiva finalidade de macular a honra do principal dirigente do Ministério do Esporte, derrubá-lo e instabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff. Consideramos um grave erro da Presidenta Dilma aceitar a demissão de um Ministro de Estado com base em uma falsa denúncia de um homem processado e preso por recurso do Ministério do Esporte - sem nenhuma prova ou indício de veracidade. Consideramos perigosa a lógica de demitir todos os ministros que a grande mídia conservadora indicar, visto que o verdadeiro alvo é a Presidenta e o objetivo é de não deixá-la governar.
A violenta campanha de difamação, calúnias e ataques, a Orlando Silva Junior atingiu o objetivo imediato de derrubar um ministro jovem, talentoso, exemplo para juventude negra e gerações de atletas, gestores, administradores, mas não conseguiu e nem conseguirá apagar o brilho e macular a contribuição que Orlando Silva deu ao país.
Orlando ajudou a consolidar e dar importância institucional e política ao Ministério do Esporte, foi figura destacada para que o Brasil tivesse a oportunidade de sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, eventos que favorecerão o dinamismo da economia nacional gerarão mais empregos e renda para o povo brasileiro. Conduziu republicanamente a gestão do Ministério, respeitou todas as forças políticas e os movimentos sociais e deixa como marca o desenvolvimento do esporte como atividade e direito fundamental da cidadania.
A injusta demissão de Orlando aumenta a invisibilidade do negro no governo Dilma, dos 37 ministérios a única negra é Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Política de Promoção da Igualdade Racial. Estamos diante de um retrocesso perigoso e assistindo a reprise dos mesmos enredos de defenestração de ministros negros. Impõem-se, mais uma vez, a lógica de que o negro não tem competência e não é confiável. Portanto, não pode ocupar cargos importantes no governo. Primeiro foi Benedita da Silva, depois Matilde Ribeiro e agora é Orlando Silva.
A UNEGRO compreende que esse episódio fragiliza o governo e a democracia brasileira, se posiciona em defesa de Orlando Silva e o considera o ministro mais bem sucedido do governo Lula e do governo Dilma. Mantém seu apoio ao governo Dilma e manifesta sua preocupação com a ausência de negros no ministério e em outros espaços importantes do Executivo.
Não nos afastaremos um instante da construção de uma sociedade livre do racismo e das desigualdades.
Viva Orlando Silva!!!
União de Negros Pela Igualdade - UNEGRO

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Kiko: Negro em destaque só se for jogador de futebol


O ministro Orlando Silva pediu exoneração do Ministério do Esporte. Essa era uma pasta desconhecida até alguns anos atrás. A ousadia do governo Lula e o compromisso social do PCdoB transformaram o Ministério do Esporte num grande espaço de construção de políticas públicas, sem se esquecer do esporte de alto rendimento. Basta olhar para o sucesso do Brasil no Panamericano de Guadalajara (México), onde cerca de 40% dos atletas são bolsistas.

Por João Raimundo Mendonça de Souza (Kiko)*



Na carona desse sucesso, mais uma vez por ousadia do governo Lula, o Brasil conseguiu sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpiadas de 2016. Fazer uma política de esporte nacional não é uma tarefa fácil. Essa é uma área de muitas vaidades, muitos interesses políticos (“politicagem”), e se considerarmos a má qualidade da crônica esportiva (há exceções), aí é quem fica difícil mesmo.

Quando se entra no esporte profissional, particularmente nos esportes mais populares, como o futebol, aí é cartola, empresários, CBF do Ricardo Teixeira e a Rede Globo. Enfrentar essa turma para construir uma política de esporte de interesse do país não deve ser uma tarefa fácil. 

O programa Segundo Tempo, de iniciativa do Ministério do Esporte, ousou levar políticas públicas de esportes às crianças carentes e se ancorou nas estruturas públicas municipais e estaduais e nas ONGs. São muitas experiências boas e interessantes e algumas picaretagens, como o do bandido PM de Brasilia que desviou dinheiro do programa para seu bolso. 

Esse mesmo que foi tratado como personalidade pela grande mídia e pela oposição conservadora para criar um ambiente de instabilidade para o ministro Orlando Silva. Picaretagem, alias, que o Ministério do Esporte e o ministro Orlando tomaram todas as providências para que o erário público fosse ressarcido, o que provocou a ira do bandido mocinho da Veja, Época e Rede Globo.

Na análise política, há muitos interesses a serem analisados. Primeiro, é que existe de fato uma tática da mídia conservadora e de seus partidos de criar uma instabilidade no governo Dilma, criando notícias negativas sobre o governo, denunciando ministros e derrubando-os. Segundo, é a tentativa de promover um ataque ao PCdoB, que vem aumentando sua força e influência. 

Mas um outro fator que não deve ser desconsiderado no caso do Orlando é o preconceito. Ter um negro numa posição de destaque, sendo o interlocutor do país na discussão da Copa do Mundo de futebol e da Olimpiada, não deve ser fácil para uma parcela da nossa elite. Soma-se a isso a nossa classe média tradicional, leitora e formadora de opinião pela revista Veja, que não suporta o Lula porque é “analfabeto”, não aguenta pobre e preto andando de avião e sonha com a empregada ocupando seu quartinho dos fundos, com uma babá de roupinha branca e o jardineiro limpando seu jardim (sem preconceito, de preferência todos negros), além é claro de uma vez por ano viajar para Orlando (não o Ministro), mas aquela da Flórida/EUA

Negro em destaque só se for jogador de futebol, fora disso é no banco dos réus, nem que para isso tenha que forjar acusações sem provas. Aliás, essa é uma situação que os negros brasileiros conhecem muito bem quando lidam com alguns PMs e que agora o ministro Orlando viveu com o PM de Brasilia.

*João Raimundo Mendonça de Souza é diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, membro do PCdoB e da Unegro Campinas. 

sábado, 22 de outubro de 2011

Levamos tudo no VMB 2011. Salve CRIOLO! Salve EMICIDA! Viva a MPB(Música Preta Brasileira).


PORTAL MTV

O hip hop dominou o VMB 2011, que aconteceu nesta quinta-feira (20), em São Paulo. Com três prêmios - RevelaçãoMelhor Disco eMelhor Música - o rapper Criolo se consolida de maneira definitiva no cenário nacional. O rapper paulistano Emicida levou os prêmios de Artista do Ano e Clipe do Ano, pelo vídeo da música 'Então Toma'. O hit do ano, decidido por votação da audiência da MTV, ficou para 'Me Acorde pra Vida', do grupo teen CW7
O troféu de Aposta da MTV para este ano ficou com a banda carioca Tono e o troféu de Melhor Capa foi para a cantora Tiê, pela ilustração do álbum 'A Coruja e o Coração' criada pela artista Rita Wainer. Nas categorias de voto popular, a Banda Uó levou o prêmio de Webclipe com o vídeo 'Shake de Amor', e os Avassaladores ficaram com o prêmio de Webhit pelo vídeo 'Sou foda'. A audiência da MTV escolheu ainda a cantora Lady Gaga como Artista Internacional

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Skinhead agride negro e mulher em metrô de São Paulo


sábado, 15 de outubro de 2011

Ao mestre com carinho (To sir with love)



sábado, 8 de outubro de 2011

Leymah Gbowee: 'Este Nobel é para as mulheres africanas'



NOVA YORK, EUA — A liberiana Leymah Gbowee afirmou nesta sexta-feira que o prêmio Nobel da Paz, que ela divide este ano com outras duas vencedoras, "é para as mulheres africanas", e comemorou o fato de o prêmio reconhecer "o papel crucial das mulheres na promoção da paz mundial".
Em entrevista por telefone à AFP enquanto chegava a Nova York para apresentar um livro, Gbowee, 39 anos, afirmou que se trata de um Nobel "para as mulheres africanas".
"É para as mulheres em geral, mas particularmente para as mulheres na África", explicou feliz por este Nobel que divide com sua compatriota, a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, e a jornalista iemenita Tawakkul Karman.
Com 39 anos, essa mãe de seis crianças julgou que o prêmio é "um reconhecimento" de que as mulheres têm agora "algo a dizer".
"Ninguém mais poderá minimizar nosso papel de agora em diante. Penso que o mundo reconheceu o papel, a inteligência e a contribuição das mulheres", completou esta mulher que foi apontada como "guerreira da paz", por ter sido a origem de um movimento pacífico feminino que contribuiu para colocar fim à segunda guerra civil da Libéria em 2003.
Este Nobel "reforça nossa mensagem de que o papel das mulheres para promover a paz e a segurança no mundo é crucial", disse um pouco mais tarde em uma igreja do Harlem, em Nova York, onde foi calorosamente aplaudida.