quinta-feira, 24 de novembro de 2011

UBM debate questão palestina e violência contra as mulheres na Unibrasil

A UBM, em conjunto com o Curso de Serviço Social da Unibrasil, e com Apoio  do  Grupo de Estudos, Pesquisa, Trabalho, Gênero e Violência Doméstica e Familiar e da União Brasileira de Mulheres promove nos próximos dia 24 e 25 de novembro o evento “Debates da Conjuntura Contemporânea: Em Foco a Luta Contra a Violência e a Emergência dos Direitos Humanos.”
A atividade acontece a partir das 19 horas no Auditório do Bloco 4.  E é alusivo à  campanha internacional 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero, que ocorrerá pela 21ª vez, entre o próximo 25 de novembro – Dia Internacional de Ação Não Mais Violência contra as Mulheres – e 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Veja a Programação

Programação:

Dia 24 de novembro de 2011
A Questão da Palestina:

Palestras:   A constituição de Israel como uma etnocracia, a paz que não chega e a difícil atuação das ONGs no conflito. Por Fábio Bacila Sahd (Mestrando em História)
A Questão Palestina e a situação dos refugiados sob a luz do direito internacional.  Por Gehad Hajjar (pós-graduado em direito).
Um Olhar para Elas: As Mulheres Muçulmanas e a Luta contra a Violência. Por Assistente Social – Yusra Ataya. Graduada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e pós-graduanda em Mídia Política e Atores Sociais também pela UEPG.
Coordenação de Mesa: Raquel Barcelos de Araújo – Coordenadora do Curso de Serviço Social da UNIBRASIL
Dia 25 de novembro de 2011
Dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a violência à Mulher

“Fortalecer o Protagonismo no Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres e na Democratização da Mídia”. Por Dóris Margareth de Jesus, Integrante da Coordenação Nacional da UBM.
A atuação da Rede de Mulheres Negras no enfrentamento à violência contra o racismo e a violência contra a Mulher –
A atuação da União dos Negros e das Negras pela Igualdade (UNEGRO) no enfrentamento ao racismo e a violência contra a Mulher.  Por Denis Denilton, filósofo e presidente da UNEGRO – PR.
Violência contra a Mulher: Conquistas e Desafios: Suely Oliveira, Psicóloga, Consultora de Projetos do Departamento de Gestão Participativa do Ministério da Saúde.
Coordenação de Mesa: Elza Maria Campos – Coordenadora Nacional da UBM e do Grupo de Estudos, Pesquisa:  Trabalho, Gênero e Violência Doméstica e Familiar da UNIBRASIL.
Mais informações: 
Elza Campos: 9667 9532

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Chico Buarque sobre racismo: não existe branco no Brasil

Em uma de suas raras entrevistas, Chico Buarque fala sobre racismo e a sua visão de Brasil. Segundo o artista, não existe branco no Brasil e é uma ilusão o brasileiro querer negar a mestiçagem nacional. Chico também relata casos de racismo sofridos pela família. Ele conta que já foi vítima de piadas racistas por conta do genro, Carlinhos Brown, ser casado com sua filha Helena Buarque. O vídeo é de 26 de abril de 2008.

*publicado: www.Vermelho.org.br




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Aspiração (Agostinho Neto)*



Ainda o meu canto dolente
e a minha tristeza
no Congo, na Geórgia, no Amazonas

Ainda
o meu sonho de batuque em noites de luar

ainda os meus braços
ainda os meus olhos
ainda os meus gritos

Ainda o dorso vergastado
o coração abandonado
a alma entregue à fé
ainda a dúvida

E sobre os meus cantos
os meus sonhos
os meus olhos
os meus gritos
sobre o meu mundo isolado
o tempo parado

Ainda o meu espírito
ainda o quissange
a marimba
a viola
o saxofone
ainda os meus ritmos de ritual orgíaco

Ainda a minha vida
oferecida à Vida
ainda o meu desejo

Ainda o meu sonho
o meu grito
o meu braço
a sustentar o meu Querer

E nas sanzalas
nas casas
no subúrbios das cidades
para lá das linhas
nos recantos escuros das casas ricas
onde os negros murmuram: ainda

O meu desejo
transformado em força
inspirando as consciências desesperadas.

   (Sagrada esperança)
Poesia Africana
*António Agostinho Neto (Ícolo e Bengo17 de Setembro de 1922 — Moscovo10 de Setembrode 1979) foi um médico angolano, formado nas Universidades de Coimbra e de Lisboa, que em 1975se tornou o primeiro presidente de Angola até 1979. Em 1975-1976 foi-lhe atribuído o "Prémio Lenine da Paz".

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Congresso da Unegro define ações prioritárias do movimento

Os participantes da 4ª edição do Congresso Nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro) aprovaram nesse sábado (12) as propostas para a atuação da entidade nas áreas da saúde, educação, cultura e esporte, trabalho, relações internacionais, comunicação e nos segmentos de juventude, mulheres, LGBT e comunidades tradicionais.


As propostas farão parte da Carta de Brasília, documento que será encaminhado para autoridades do governo federal.

O debate aconteceu em dez grupos com a presença de palestrantes que ajudaram na construção das propostas. Liège Rocha, da União Brasileira de Mulheres (UBM), resgatou que o movimento de mulheres negras começou a se organizar no Brasil na década de 1980 e apontou bandeiras importantes como a notificação compulsória nos hospitais para o combate à violência contra a mulher. 

Maurício Pestana, diretor da Revista Raça, que participou do grupo de comunicação, ressaltou a falta de negros dentro das redações e as incompreensões sobre temas como as cotas na cobertura jornalística, inclusive nos veículos do segmento. “Não basta apenas ser negro, é preciso ter consciência racial”, afirmou o cartunista.

No grupo de Educação, a professora Jacilene Santos da Silva relatou o caso da escola municipal Parque São Cristóvão de Salvador, na Bahia, que é hoje referência no Brasil, na alfabetização com a intervenção dos mitos africanos no processo de aprendizagem, com a implantação da Lei 10.639/03, que insere a história da cultura afro-descendente. A escola se notabilizou nas disciplinas de história, geografia e português. 

Entre as propostas aprovadas estão a regularização e a inserção no mercado de trabalho dos emigrantes negros, a realização de seminários de comunicação, juventude e cultura negra, e inserção da cultura da comunidade quilombola e das religiões de matrizes africanas nos livros didáticos.

Moções

Os atletas brasileiros medalhistas dos jogos Panamericanos de 2011 e a angolana Leila Lopes, eleita Miss Universo, foram homenageados com moções de aplauso. Já a revista Veja, o jornal Folha de S. Paulo e as Organizações Globo foram repudiados pela cobertura jornalística tendenciosa, que desqualifica os movimentos negros. Ao todo, o plenário aprovou 13 moções. 

Estigmatização da Mulher Brasileira na comunicação social portuguesa

Um programa de animação exibido na estatal portuguesa Rádio e Televisão de Portugal (RTP2), em rede nacional, traz uma prostituta que fala com sotaque brasileiro entre os seus personagens principais. O "Café Central", transmitido todos os dias desde setembro, tem sido alvo de protestos em Portugal e fortalecido as teses de que o preconceito contra as mulheres brasileiras no país tem sido recorrente em virtude, sobretudo, do viés politico por parte da mídia.
15 DE NOVEMBRO DE 2011 - 9H37 
Um grupo de entidades e brasileiras residentes em Portugal criou na internet um "Manifesto em repúdio ao preconceito contra as mulheres brasileiras em Portugal", em protesto contra "Café Central" e a estigmatização das brasileiras nos meios de comunicação de Portugal.

O programa, exibido no início da madrugada e retransmitido pelo serviço internacional do canal para vários países, narra a história de seis personagens que discutem os temas da atualidade (do próprio dia), às voltas de um balcão de um café. Em uma apresentação no mês passado, a RTP pôs como destaque do programa em sua página na internet uma conversa entre um dos personagens da atração, Silva, dono do "Café Central", e a prostituta Gina: "Ahh, Gina, Gina... sempre que te vejo a bambolear essas libidinosas, sonho que estou no meio do Estádio do Dragão [Futebol Clube do Porto], com os Super-Dragões [torcida organizada do clube] a entoarem cânticos de paixão enquanto eu e tu fintamos o destino e marcamos golos nas redes da malícia".

A situação ultrapassou o universo virtual: o grupo de repúdio já se manifestou publicamente nas ruas de Lisboa e tenta avançar com outro tipo de ações. Segundo Mariana Selister Gomes, criadora do grupo, a personagem Gina é mais um exemplo de estigmatização da mulher brasileira na comunicação social portuguesa. "Esse estigma é construído em torno de um imaginário de hipersexualidade das brasileiras e disponibilidade de seus corpos aos portugueses". Para Marina, esse estigma, por si só, já é uma violência simbólica e prejudica a vida das brasileiras, "pois se transforma em assédio sexual, assédio moral, chegando mesmo a casos graves de violência física e sexual".

Uma análise contundente do grupo é destinada à construção da personagem, retratada "como prostituta e maníaca sexual, alvo dos personagens masculinos". "Trata-se de um desrespeito às mulheres brasileiras, que pode ser considerado racismo, pois inferioriza, essencializa e estigmatiza essas mulheres por supostas características fenotípicas, comportamentais e culturais comuns."

"Situação faz parte da cultura europeia"

Não se trata de um fenômeno novo, critica Mariana, já que "fazem parte da história europeia genocídio indígena, escravidão africana, genocídio judeu, o que se altera é o alvo e, atualmente, são os imigrantes e, em Portugal, principalmente as brasileiras. Enquanto não houver um esforço coletivo, políticas de educação antirracista e de ações afirmativas, o quadro vai se repetir".

Residente em Lisboa, onde cursa seu doutorado, Mariana defende que as autoridades portuguesas respeitem a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres, da qual tanto Portugal quanto o Brasil são signatários. Sem isso, argumenta Mariana, viola-se o Memorando de Entendimento entre Brasil e Portugal para a Promoção da Igualdade de Gênero. No documento, consta que esses países estão "resolvidos a conjugar esforços para avançar na implementação das medidas necessárias para a eliminação da discriminação contra a mulher em ambos os países".

Beatriz Padilla, professora do Centro do Investigações e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa, estuda a comunidade brasileira em Portugal há anos e pondera que, reiteradas vezes, já alertou sobre a existência de uma grande discriminação não só contra os brasileiros, mas contra os diferentes em geral. "Com elas [as brasileiras] a situação é insustentável, já que o estereótipo que existe é reforçado pelos meios de comunicação. Nunca faltam bundas de brasileiras em revistas, capas de livros etc. A maior parte das pessoas, incluso os acadêmicos - e até certo ponto os próprios brasileiros - justificam e culpabilizam a mulher brasileira."

Para Beatriz, o estereótipo existe e tem gerado experiências demasiadamente negativas. "O dia a dia de ser brasileira em Portugal é um peso, sempre há desconfiança de todos pela seriedade e integridade dela." A pesquisadora da Universidade de Coimbra Isabel Ferin tem uma visão diferente sobre a influência tão direta da mídia na discriminação, porém concorda que o programa da RTP2 é todo construído sobre estereótipos. Ressalva apenas que o fato de colar a prostituição a uma mulher brasileira só reforça um preconceito pré-existente. "Como se trata de uma estrangeira, acaba por funcionar também como estigma."

A inclusão de Gina é extemporânea, observa Isabel. "Neste momento, a autoestima portuguesa está tão baixa, que o fato de ainda ter brasileiros que querem trabalhar e ficar em Portugal anima a população. Não vejo sinais na mídia de discriminação. Não percebo, por isso, como surgiu essa personagem, que me parece fora de prazo."

Para o presidente da Casa do Brasil em Lisboa, Carlos Henrique Vianna, é preciso protestar contra esse tipo de situação. Não por acaso, a casa assinou o manifesto. "É inegável que há muitas trabalhadoras do sexo brasileiras em Portugal e na Europa, com consequências na imagem da imigrante em geral. Para nós, o importante é dignificar permanentemente a imagem dos imigrantes combatendo o preconceito."

O grupo que criou o manifesto na internet estava, na altura do fechamento desta edição, com mais de 1.100 assinaturas e contava com o apoio de mais de 20 organizações sociais tanto portuguesas quanto brasileiras, além do suporte de sete conselheiros do Conselho de Representantes dos Brasileiros no Exterior. "Estamos fazendo a entrega do manifesto para autoridades de Portugal e do Brasil, como uma denúncia coletiva. O próximo passo é cobrar das autoridades que tomem atitudes contra o preconceito", disse Mariana.

Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 8 de novembro de 2011

JOE FRAZIER MORRE COM CÂNCER

Joe Frazier e a cena marcante de Rocky, que teria sido inspirada em sua preparação
Joe Frazier e a cena marcante de Rocky, que teria sido inspirada em sua preparação
08/11/2011 - 12h15

Lenda do boxe, Frazier inspirou Rocky, esteve em Simpsons e foi até astro de games

fonte: UOL Esporte
Em São Paulo
    Frazier morreu na madrugada desta terça e encerrou uma história de muito sucesso esportivo.
    Campeão olímpico e mundial, protagonista de algumas das maiores lutas do boxe e lenda dos 
    ringues, ele também fez sucesso como pop star. Apesar de ter sofrido com problemas financeiros
     após a aposentadoria, ele inspirou o personagem Rocky, esteve entre os Simpsons e foi até
    astro de games de sucesso.
    A importância de Frazier fora dos ringues se deve ao que ele fez sobre eles. O norte-americano
     foi campeão olímpico dos pesos-pesados em 1964, em Tóquio, e ganhou seu primeiro título
     mundial em 1970, contra Jimmy Ellis.
    Frazier encarou um dos maiores boxeadores da história em 1974 e perdeu. 
A rivalidade entre os dois aumentou. Ali chamava o adversário de “Uncle Tom”, 
gíria pejorativa usada para negros que supostamente se submetiam ao domínio dos brancos.
A decisão entre eles aconteceu nas Filipinas, em Manilla. O combate sangrento terminou
 com uma vitória apertada de Ali que depois viraria um documentário sobre 
a rivalidade entre os dois: “Thrilla in Manilla”. Depois disso, Frazier ainda perderia de novo para George Foreman e faria uma luta de despedida em 1981 contra Floyd Cummings.
Sua história, ou parte dela, foi parar no cinema. Frazier foi um dos vários boxeadores 
(como Rocky Graziano, George Foreman e o próprio Ali) que inspiraram 
Sylvester Stallone a criar o personagem Rocky, do filme homônimo que ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1976.

GRANDES MOMENTOS DE JOE FRAZIER NA CARREIRA

- Campeão olímpico dos pesos pesados em 1964

- Campeão mundial em 1970, após vencer Jimmy Ellis

- Mantém o título após vencer e quebrar a invencibilidade de Muhammad Ali em 1971

- Perde o título mundial para George Foreman, em 1973

- Na terceira luta contra Ali, leva o combate ao 15º round e quase vence uma luta que virou filme, em 1975

- Perde pela segunda vez para George Foreman em 1976 e inicia aposentadoria, que ocorreria de vez em 1981
O treinamento de Rocky Balboa na Filadelfia, cidade americana onde Frazier desenvolveu seu talento no boxe, é a maior relação com o pugilista da vida real. Frazier conta que o treinamento nas escadas do museu da cidade e os socos em grandes pedaços de carne fizeram parte da sua preparação. Ele reclama, no entanto, de nunca ter sido pago por isso.
“Ele nunca me pagou por nada disso no meu passado. Eu só fui pago pela minha pequena participação. Rocky é uma história triste para mim”, disse Frazier ao inglês Guardian. Ele esteve no primeiro filme em uma ponta, interpretando ele mesmo antes de uma luta entre Rocky e Apolo Creed.
O rival de Balboa, aliás, foi inspirado em Ali. As provocações contra todos os oponentes, especialmente Frazier, levaram Stallone a criar o falastrão que vestia as cores dos Estados Unidos nos ringues. Os dois chegaram a fazer piada sobre isso na premiação do Oscar.
Frazier, por sua vez, voltaria aos holofotes na década de 1990 com os Simpsons. Na sua primeira participação no desenho animado, ele bateu no bêbado Barney enquanto ele bebia na taverna do Moe, famoso bar de Homer Simpson. Depois, ele faria uma segunda passagem pela série já nos anos 2000.
O pugilista também foi estrela nos games. Ele esteve presente em toda a série Fight Night, da produtora EA Sports, que montou games de boxes reunindo astros de diversos períodos, como Mike Tyson e Tommy Morrison. 
Nem tudo, no entanto, garantiu estabilidade financeira para o lutador. Frazier chegou a processar seus parceiros comerciais, desperdiçou muito dinheiro e reclamou por não ter ganho como Muhammad Ali e George Foreman, seus contemporâneos mais famosos. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Unegro realiza congresso para debater a igualdade racial

Unegro realiza congresso para debater a igualdade racial


Com o tema “Negros e negras compartilhando o poder” a União de Negros pela Igualdade (UNEGRO) promove no período de 10 a 13 de novembro, a quarta edição de seu Congresso Nacional, em Brasília.


Unegro realiza congresso para debater a igualdade racial
Congresso será no CC Ulysses Guimarães
Serão quatro dias de extensos debates com mais de mil representantes de várias entidades negras, que discutirão quais as estratégias a serem utilizadas para que a população negra tenha uma maior participação nos destinos da nação. 

Segundo o coordenador da Unegro, Edson França, o movimento negro deve exercer a cidadania plena no país. “Precisamos avançar em todas as esferas de poder e deliberar sobre o desenvolvimento nacional e efetivação da igualdade de oportunidade para população negra brasileira”. 

Entre as entidades participantes do evento estão confirmadas: Coordenação Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas, Pastoral dos Negros, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Secretaria Nacional da Juventude Negra, Fundação Palmares, entre outras.

Os ministérios do Trabalho e Emprego, das Comunicações e as secretarias especiais de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), de Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, enviarão seus representantes, para discutirem a elaboração de políticas públicas, que promovam a inserção do negro nas estruturas de decisões políticas do País. 

Sobre a Unegro - É uma organização do movimento negro fundada em 14 de julho de 1988, em pleno processo de redemocratização do País, e tem por objetivo precípuo o combate ao racismo e toda forma de discriminação e opressão social. Os seus 23 anos de existência são marcados pela defesa da vida, cidadania e igualdade de oportunidades para a maioria da população brasileira.

Serviço: 

Data: 10 a 13 de novembro

Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães - SDC Setor de Divulgação Cultural Eixo Monumental Lote 05, Ala Sul 1º Andar – Brasília/DF. 


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

MARIGHELLA, NEGRO,UTÓPICO, GUERILHEIRO, HERÓI

Carlos Marighella

5 de dezembro de 1911, Salvador, Bahia
4 de novembro de 1969, São Paulo
Reprodução
Carlos Marighella foi morto em emboscada preparada pelo DOPS de São Paulo
O Negro, Carlos Marighella era filho de um imigrante italiano, o operário Augusto Marighella e Maria Rita do Nascimento, negra e filha de escravos.


Em Homenagem ao Líder Revolucionário - Nova Musica do Racionais MC´s: Marighella


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Em sua despedida, Orlando é aplaudido de pé: "Eu sou inocente"

Em sua despedida, Orlando é aplaudido de pé: "Eu sou inocente"


Depois de deixar o cargo na semana passada, após denúncias sem nenhuma prova, o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, foi aplaudido de pé ao discursar na cerimônia em que entregou o cargo ao sucessor Aldo Rebelo. "Eu fico feliz de olhar para minha mãe, para minha esposa , minha filha e à senhora, presidenta, e dizer: eu sou inocente". Os dias vão passar, evidências vão surgir e a verdade vai prevalecer, afirmou o ex-ministro.




Após a cerimônia de posse de Rebelo, no Palácio do Planalto, Orlando adiantou que "se tudo der certo, eu vou ser candidato em 2012. [...] Eu tenho que sentar com o partido e conversar. Eu não sei, tem que olhar. Vai ser em São Paulo, é a única coisa que eu sei", declarou.

Orlando Silva disse ainda que tem conversado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre sua possível candidatura. Segundo disse, o petista seria seu "conselheiro" para as eleições de 2012.

"Falei pelo telefone com o presidente Lula no aniversário dele (quinta-feira passada, dia 27). Ficamos de depois voltar a conversar. Ele é um conselheiro. Vamos sentar e conversar com ele", disse. "Ele tem muita experiência política e ele próprio acha que eu posso ajudar. Deixa o presidente enfrentar esse desafio que ele está enfrentando agora e logo em seguida vou poder sentar e conversar".

Na cerimônia de posse, Silva homenageou Lula ao desejar uma boa recuperação no tratamento de um câncer na laringe. "Nós todos desejamos que ele possa enfrentar mais esse desafio que está diante dele".

Em busca de trabalho

O ex-ministro do Esporte disse também que pretende procurar um emprego daqui para frente e que vai enviar seu currículo a empresas privadas. "Vivo do meu trabalho, então preciso conseguir um novo trabalho".

Silva voltou a afirmar que é inocente, o que pretende provar "o mais breve possível".

"Vou continuar defendendo minha honra. Essa semana eu vou estruturar uma estratégia jurídica. Eu tenho certeza que vou ser inocentado, mas tem que ser no prazo mais breve possível".

Aldo elogia Orlando e o PCdoB

O novo ministro assumiu hoje a Pasta fazendo elogios a seu antecessor, Orlando Silva, e ao PCdoB, partido ao qual os dois pertencem. Ele destacou a importância do cargo e fez questão de dizer que sua atuação será facilitada devido ao trabalho desenvolvido por Orlando. Ele fez ainda elogios ao Programa Segundo Tempo.

Rebelo abriu seu discurso com um elogio à presidente Dilma Rousseff. Enfatizou o fato de ela ser a primeira mulher eleita para ser chefe de Estado no País. Continuou com uma série de elogios a Orlando Silva. "Faço o elogio ao trabalho do Ministério porque posso fazê-lo por sua biografia". Comentando a declaração de inocência feita pelo antecessor, Rebelo foi além. "Talvez, mais do que inocente, o senhor (Orlando) seja vítima, talvez essa seja a palavra mais precisa", disse Rebelo.

O novo ministro fez ainda menções honrosas ao seu partido. Ele destacou a trajetória política do partido, a luta contra a ditadura e o fato de a legenda estar prestes a completar 90 anos de história. Afirmou ainda que possíveis erros serão corrigidos, mas não prejudicam a imagem do partido. "O PCdoB não está acima da crítica, das fatalidades humanas, dos erros".

Rebelo fez também uma exposição sobre o Segundo Tempo. Afirmou que a falta de equipamentos esportivos no Brasil dificultou a implantação do programa, que visa beneficiar crianças com a prática de atividades físicas. "A educação tem escola, a saúde tem hospitais, no esporte não tínhamos onde fazer a política pública".

Futebol e Dia do Saci

O novo ministro enfatizou o fato de que o Brasil vai sediar a Olimpíada e a Copa do Mundo nos próximos cinco anos. Fez uma longa exposição sobre o futebol e destacou que a Fifa tem mais filiados do que a ONU. Disse também que precisará da ajuda do governo, de outros ministros, de dirigentes esportivos e até da imprensa para realizar seu trabalho.

O ministro concluiu seu discurso com duas referências bem-humoradas. A primeira foi pelo dia da posse. Rebelo fez um projeto, não aprovado, de transformar o dia 31 de outubro em Dia do Saci, para se contrapor ao norte-americano Halloween. A segunda foi com o fato de não poder atender ao primeiro pedido que recebeu no exercício da Pasta. De acordo com Aldo, o prefeito de Viçosa (AL), sua cidade natal, pediu que o município sediasse a abertura da Copa do Mundo. Ele afirmou que não será possível atender ao pedido e destacou que o evento será aberto em São Paulo.

A cerimônia lotou o Salão Oeste do Palácio do Planalto. Dirigentes esportivos e políticos de diversos partidos estiveram presentes. O mais aplaudido, porém, foi o ex-jogador Pelé, citado em todos os discursos.

Fonte: da redação, com agências


John Pilger: O filho da África reclama as jóias da coroa

Barack Obama conduz os EUA à cabeça de um grupo de países ocidentais que disputam a primazia no saque dos recursos de África. E qual é o seu objetivo principal? Cercar a China, que está sedenta de matérias-primas. 


Por John Pilger, em O Diário.info


Em 14 de Outubro, o presidente Barack Obama anunciou o envio de forças especiais dos EUA para Uganda a fim de tomar parte na guerra civil nesse país. Nos próximos meses, tropas de combate norte-americanas serão enviadas para o Sudão do Sul, o Congo e a República Centro-Africana. Vão “envolver-se” apenas “para se defenderem”, refere Obama em tom satírico. Com a Líbia segura, uma invasão norte-americana do continente africano está a ser preparada. 

A imprensa refere-se à decisão de Obama como “muito invulgar”, “surpreendente”, até mesmo “bizarra”. Não é nada disto. É a lógica da política externa dos EUA desde 1945. Por exemplo, o Vietnã. A prioridade era impedir a alegada influência da China, um rival imperialista, e “proteger” a Indonésia, a que o presidente Richard Nixon chamou “o mais rico tesouro de recursos naturais da região … o maior prêmio”. O Vietnã meteu-se no caminho; o massacre de mais de três milhões de vietnamitas e a devastação e o envenenamento da sua terra foram o preço a pagar para os EUA atingirem o seu objetivo. 

Em todas as subsequentes invasões norte-americanas, num rastro de sangue que se estende desde a América Latina até o Iraque e o Afeganistão, a justificação foi a de que estavam a “defender-se”, ou por razões “humanitárias”, palavras que logo perderam o significado que lhes dá o dicionário. 

Guerra por procuração 

Na África, afirma Obama, a “missão humanitária” consiste em ajudar o governo de Uganda a derrotar o Exército de Resistência do Senhor (ERS), que “assassinou, violou e raptou dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças na África Central”. Esta é uma descrição exata do ERS, que evoca múltiplas atrocidades administradas pelos EUA, tais como o banho de sangue que se seguiu, nos anos 60, ao assassinato, orquestrado pela CIA, de Patrice Lumumba, líder independentista e o primeiro a ser legalmente eleito primeiro-ministro do Congo, e ao golpe da CIA que instalou no poder Mobutu Sese Seko, considerado o mais corrupto tirano de África. 

A outra justificação de Obama é também risível. Trata-se, segundo ele, da “segurança nacional dos EUA”. O ERS vem praticando desde há 24 anos os seus atos deploráveis. Hoje, tem menos de 400 guerrilheiros e nunca esteve tão enfraquecido. Contudo, a expressão “segurança nacional dos EUA” normalmente significa comprar um regime corrupto e canalha que possui qualquer coisa que Washington pretende. O “presidente vitalício” de Uganda, Yoweri Museveni, está já a receber a maior parte dos 45 milhões de dólares em “ajuda” militar dos EUA, incluindo os drones de que Obama tanto gosta. Este foi o preço que ele pagou para combater uma guerra por procuração contra o último inimigo-fantasma islâmico dos EUA, o bando al-Shabaab, sediado na Somália. O ERS irá desempenhar um papel de relações públicas, distraindo os jornalistas ocidentais com as suas constantes histórias de terror. 

Contudo, a razão principal para os EUA invadirem a África não é diferente da que deu origem à guerra do Vietnã. Trata-se da China. No mundo da paranóia auto-infligida e institucionalizada, que justifica o que o general David Petraeus, antigo comandante do Exército dos EUA e atual diretor da CIA, chama de estado de guerra perpétuo, a China substitui a al-Qaeda como “ameaça” oficial. 

Quando entrevistei Bryan Whitman, secretário de Estado adjunto da Defesa, no Pentágono no ano passado, perguntei-lhe quais eram os perigos atuais para os EUA. Visivelmente incomodado, repetia: “são ameaças assimétricas … ameaças assimétricas”. Estas justificam os conglomerados de armas patrocinados pelo Estado e a lavagem de dinheiro, e o mais elevado orçamento militar e de guerra na história. Com Osama Bin Laden eliminado, chegou a vez da China. 

A África é a história do sucesso chinês. Os norte-americanos levam drones e a desestabilização onde os chineses constroem estradas, pontes e barragens. O que estes pretendem são recursos naturais, em especial combustíveis fósseis. Com as maiores reservas de petróleo de África, a Líbia de Kadafi era um dos maiores fornecedores de petróleo à China. Quando rebentou a guerra civil e a Otan apoiou os “rebeldes” com recurso a uma história inventada sobre um “genocídio” que estaria a ser planejado por Kadafi em Bengazi, a China retirou os seus 30 000 trabalhadores da Líbia. A subsequente resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitiu a “intervenção humanitária” das potências ocidentais foi sucintamente explicada numa proposta apresentada ao governo francês pelo Conselho Nacional de Transição “rebelde”, revelado no mês passado no jornal Libération, em que se ofereceu à França 35% da produção bruta de petróleo da Líbia “em troca” (foi o termo utilizado) do apoio “total e permanente” dos franceses ao Conselho Nacional de Transição. À frente dos interesses norte-americanos na “libertada” Tripoli, o embaixador dos EUA Gene Cretz reconheceu: “sabemos que o petróleo é a jóia da coroa dos recursos naturais da Líbia”. 

O domínio mundial 

A real conquista da Líbia pelos EUA e seus parceiros imperialistas anuncia uma versão contemporânea da “Partilha da África” dos finais do século 19. Tal como na “vitória” a que chegaram no Iraque, também aqui os jornalistas desempenharam um papel fundamental na distinção entre vítimas válidas e não válidas. Uma primeira página recente do Guardian trazia uma fotografia de um aterrado combatente “pró-Kadafi” e dos seus captores de olhar selvagem que, de acordo com a legenda, “festejam”. De acordo com o general Petraeus, temos agora guerras “de percepção … levadas a cabo continuamente através da mídia”. 

Durante mais de uma década, os EUA tentaram estabelecer um comando no continente Africano, o Africom, mas este foi recusado pelos governos receosos das tensões regionais que iria causar. A Líbia, e agora Uganda, o Sudão do Sul e o Congo representam a grande oportunidade. Como demonstram a Wikileaks e a Estratégia Nacional Contra o Terrorismo, os planos dos EUA para a África são parte de um plano global de acordo com o qual 60 mil soldados de forças especiais, incluindo esquadrões da morte, operam em 75 países. Como disse o então secretário da Defesa Dick Cheney, nos anos 90, os EUA querem simplesmente mandar no mundo. 

Que este seja agora o dom de Barack Obama, o “filho da África”, é de uma ironia suprema. Mas será mesmo? Como explicou Frantz Franon em Pele Negra, Máscaras Brancas, o que conta não é tanto a cor da pele mas o poder que se serve e os milhões de pessoas traídas. 

Fonte: O Diário. info