Os participantes da 4ª edição do Congresso Nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro) aprovaram nesse sábado (12) as propostas para a atuação da entidade nas áreas da saúde, educação, cultura e esporte, trabalho, relações internacionais, comunicação e nos segmentos de juventude, mulheres, LGBT e comunidades tradicionais.
As propostas farão parte da Carta de Brasília, documento que será encaminhado para autoridades do governo federal.
O debate aconteceu em dez grupos com a presença de palestrantes que ajudaram na construção das propostas. Liège Rocha, da União Brasileira de Mulheres (UBM), resgatou que o movimento de mulheres negras começou a se organizar no Brasil na década de 1980 e apontou bandeiras importantes como a notificação compulsória nos hospitais para o combate à violência contra a mulher.
Maurício Pestana, diretor da Revista Raça, que participou do grupo de comunicação, ressaltou a falta de negros dentro das redações e as incompreensões sobre temas como as cotas na cobertura jornalística, inclusive nos veículos do segmento. “Não basta apenas ser negro, é preciso ter consciência racial”, afirmou o cartunista.
No grupo de Educação, a professora Jacilene Santos da Silva relatou o caso da escola municipal Parque São Cristóvão de Salvador, na Bahia, que é hoje referência no Brasil, na alfabetização com a intervenção dos mitos africanos no processo de aprendizagem, com a implantação da Lei 10.639/03, que insere a história da cultura afro-descendente. A escola se notabilizou nas disciplinas de história, geografia e português.
Entre as propostas aprovadas estão a regularização e a inserção no mercado de trabalho dos emigrantes negros, a realização de seminários de comunicação, juventude e cultura negra, e inserção da cultura da comunidade quilombola e das religiões de matrizes africanas nos livros didáticos.
Moções
Os atletas brasileiros medalhistas dos jogos Panamericanos de 2011 e a angolana Leila Lopes, eleita Miss Universo, foram homenageados com moções de aplauso. Já a revista Veja, o jornal Folha de S. Paulo e as Organizações Globo foram repudiados pela cobertura jornalística tendenciosa, que desqualifica os movimentos negros. Ao todo, o plenário aprovou 13 moções.
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