terça-feira, 15 de novembro de 2011

Congresso da Unegro define ações prioritárias do movimento

Os participantes da 4ª edição do Congresso Nacional da União de Negros pela Igualdade (Unegro) aprovaram nesse sábado (12) as propostas para a atuação da entidade nas áreas da saúde, educação, cultura e esporte, trabalho, relações internacionais, comunicação e nos segmentos de juventude, mulheres, LGBT e comunidades tradicionais.


As propostas farão parte da Carta de Brasília, documento que será encaminhado para autoridades do governo federal.

O debate aconteceu em dez grupos com a presença de palestrantes que ajudaram na construção das propostas. Liège Rocha, da União Brasileira de Mulheres (UBM), resgatou que o movimento de mulheres negras começou a se organizar no Brasil na década de 1980 e apontou bandeiras importantes como a notificação compulsória nos hospitais para o combate à violência contra a mulher. 

Maurício Pestana, diretor da Revista Raça, que participou do grupo de comunicação, ressaltou a falta de negros dentro das redações e as incompreensões sobre temas como as cotas na cobertura jornalística, inclusive nos veículos do segmento. “Não basta apenas ser negro, é preciso ter consciência racial”, afirmou o cartunista.

No grupo de Educação, a professora Jacilene Santos da Silva relatou o caso da escola municipal Parque São Cristóvão de Salvador, na Bahia, que é hoje referência no Brasil, na alfabetização com a intervenção dos mitos africanos no processo de aprendizagem, com a implantação da Lei 10.639/03, que insere a história da cultura afro-descendente. A escola se notabilizou nas disciplinas de história, geografia e português. 

Entre as propostas aprovadas estão a regularização e a inserção no mercado de trabalho dos emigrantes negros, a realização de seminários de comunicação, juventude e cultura negra, e inserção da cultura da comunidade quilombola e das religiões de matrizes africanas nos livros didáticos.

Moções

Os atletas brasileiros medalhistas dos jogos Panamericanos de 2011 e a angolana Leila Lopes, eleita Miss Universo, foram homenageados com moções de aplauso. Já a revista Veja, o jornal Folha de S. Paulo e as Organizações Globo foram repudiados pela cobertura jornalística tendenciosa, que desqualifica os movimentos negros. Ao todo, o plenário aprovou 13 moções. 

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