quarta-feira, 23 de julho de 2014

Até mais Ariano Suassuna

O escritor Ariano Suassuna, autor de livros como "O Auto da Compadecida" e "O Santo e a Porca", morreu às 17h15 desta quarta-feira (23), aos 87 anos. Em boletim médico, o Real Hospital Português de Recife, onde ele estava internado, informou que ele teve uma parada cardíaca provocada por hipertensão intracraniana. Ainda não há informações sobre velório e enterro.
Suassuna sofreu um AVC hemorrágico na última segunda-feira, quando deu entrada no hospital. Ele foi submetido a uma cirurgia neurológica às pressas para receber dois drenos que controlariam a pressão intracraniana. Na noite de terça, porém, piorou o estado de saúde do escritor, que estava em coma e respirando com a ajuda de aparelhos.
Em agosto do ano passado, Suassuna sofreu um infarto agudo do miocárdio e, semanas depois, foi internado com um quadro de aneurisma cerebral.
Suassuna é o terceiro integrante da Academia Brasileira de Letras a morrer em três semanas. No dia 3 de julho foi Ivan Junqueira e no dia 18, João Ubaldo Ribeiro. Apesar de não integrar o órgão, o escritor Rubem Alves morreu no dia 19.

As principais obras de Ariano Suassuna
"Uma Mulher Vestida de Sol" (1947): Escrita para um concurso promovido pelo Teatro do Estudante de Pernambuco, em 1947, e classificada em primeiro lugar, deu início também à carreira de autor teatral de Ariano Suassuna. A trama aborda um amor impossível e a disputa de terras entre duas famílias Reprodução

Histórico

Teatrólogo e romancista, Ariano Vilar Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927, em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, capital da Paraíba, mas mudou-se para Recife em 1942. Formado em direito e em filosofia, publicou sua primeira peça teatral, "Uma Mulher Vestido de Sol", aos 20 anos.
Entre 1952 e 1956, Suassuna dedicou-se à advocacia, sem abandonar a atividade teatral. São desta época "O Castigo da Soberba" (1953), "O Rico Avarento" (1954) e "O Auto da Compadecida" (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
Membro da ABL (Academia Brasileira de Letras) desde 1989 como sexto ocupante da cadeira nº 32 e doutor honoris causa da Faculdade Federal do Rio Grande do Norte, Ariano é fundador do Teatro Popular do Nordeste e do Movimento de Cultura Popular, além de idealizador do Movimento Armorial. Ele exerceu, entre outros cargos públicos, o de secretário de Cultura de Pernambuco, durante o terceiro governo de Miguel Arraes.

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