quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Estudante de Londrina denuncia colegas por racismo no WhatsApp

Gilberto Abelha/JL / A estudante de Direito Celiana da Silva afirma estar psicologicamente abalada após as agressões no aplicativo
Universitária do curso de Direito da Faculdade Arthur Thomas registrou queixa na polícia por crime virtual

Uma estudante de Direito da Faculdade Arthur Thomas denunciou alguns colegas de curso por prática de racismo. Celiana Lúcia da Silva chamou a polícia e apresentou cópias de mensagens enviadas pelo celular em um grupo do WhatsApp. Em uma das discussões, os alunos comentam sobre uma foto tirada da vítima. “É o pé da Celiana?, pergunta um deles. “Com meia ou sem meia?” comenta outro, numa referência a cor da pele da estudante, que é negra.

Outros alunos também participaram da conversa. “Eu achava que ela tava de meia preta”, disse outro. Nesta segunda (8), a Polícia Militar (PM) foi chamada por Celiana, que pediu investigação sobre o caso. Os PMs entraram na sala de aula, anotaram os nomes dos estudantes suspeitos, mas não apreenderam os celulares porque o prazo para flagrante já havia esgotado.
Reprodução/RPC TV
  
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Celiana Lúcia da Silva chamou a polícia e apresentou cópias de mensagens enviadas pelo celular em um grupo do WhatsApp

As trocas de mensagem ocorreram durante a semana passada por meio do aplicativo. Segundo a vítima, os aparelhos guardam imagens e textos considerados ofensivos. “Escureceram a pele e fizeram comentários com conotação racial com relação a minha cor. Falaram da minha roupa, falaram que nem em favela se veste dessa maneira”, afirmou em entrevista para a RPC TV.
Uma das integrantes do grupo chegou a defender Celiana. “ Talvez devêssemos pedir permissão antes de publicar algo em um grupo como esse. Acho que devêssemos, no mínimo, pensar e lembrar que não importa a cor do sapato ou da pele e sim a compaixão pelo próximo”.
No entanto, alguns alunos contestaram: “Como é? Pedir permissão?”; “A gente fala só o que vê”; “É só uma brincadeira, querida.”
Celiana soube do caso por uma colega que fazia parte do grupo no WhatsApp. A estudante afirma estar psicologicamente abalada. “Eu não quero que isso fique impune. Nós estamos no quaro ano de Direito. Eles conhecem a lei. É muito humilhante”, afirma Celiana, que também é professora da rede estadual de ensino.
Crime pode render três anos de prisão
A PM fez boletim de ocorrência por injúria racial e vai encaminhar o documento para a Polícia Civil, que deve chamar todos os alunos para depor. O crime de injúria racial é caracterizado por ofensas que usam elementos referentes à raça, cor , etnia, religião ou origem. A pena por este crime varia entre um e três anos de prisão.
A Faculdade Arthur Thomas informou que vai tomar todas a providencias necessárias para apurar o que aconteceu.




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