Cinquenta trabalhadores foram resgatados em condições semelhantes às de escravos em ação do Ministério Público do Trabalho. Eles construíam casas da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) na cidade de Bofete.
No interior de São Paulo, 50 trabalhadores foram resgatados em condições semelhantes às de escravos em ação do Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta semana. Eles construíam casas da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) na cidade de Bofete. O governo paulista é o responsável pela obra, que é executada pela construtora Croma.
Os operários não recebiam salários e equipamentos de proteção, não tinham direito a descanso semanal e intervalos para as refeições, é o que afirma o procurador do MPT na cidade de Bauru, Luis Henrique Rafael.
“Eles [os trabalhadores] vieram do Piauí, do Maranhão e do Ceará no mês de fevereiro para trabalhar na obra da CDHU. Acontece que eles estavam até hoje sem receber um centavo pelo trabalho realizado e morando em condições de alojamento totalmente degradantes”.
Durante 15 dias a Croma foi procurada para um acordo, mas alegou que a responsabilidade era de empreiteiros contratados para o serviço. Porém, o contrato era irregular, como explica o procurador.
“Nós passamos a exigir que a Croma assumisse a responsabilidade pelos empregados e que pagasse os salários atrasados e as verbas rescisórias deles, que eles não queriam mais ficar trabalhando ali”.
Uma ação civil pública foi movida contra a construtora e a CDHU. Logo após, a Justiça determinou o bloqueio de bens e contas da empresa e seus sócios. Nesta segunda-feira (23), a Croma procurou o MPT para assumir a responsabilidade pelo pagamento dos trabalhadores, que também receberão três meses de seguro desemprego e transporte para seus estados de origem.
O MPT abriu uma investigação sobre as condições de salários e segurança no trabalho da construtora Croma nas obras do CDHU.
Fonte: Radioagência NP
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