Estudante africano morreu em 2011 após briga em pizzaria em Cuiabá.
Diretora da Unegro diz que caso foi violação de direitos humanos.
Estudante foi espancado e morto em setembro de
2011 em Cuiabá (MT) (Foto: Arquivo Pessoal)
A União dos Negros pela Igualdade (Unegro) anunciou que vai acionar a
comissão de direitos humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) para pedir o acompanhamento do processo criminal da morte do estudante africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, em Cuiabá (MT).2011 em Cuiabá (MT) (Foto: Arquivo Pessoal)
A medida foi motivada pela recente absolvição administrativa de dois policiais militares de 24 anos - suspeitos de envolvimento no crime - pelo Comando da Polícia Militar de Mato Grosso.
“Vamos fazer a denúncia na corte internacional porque tememos que a decisão administrativa da PM influencie o juiz. Vamos pedir para a OEA ficar de olho no caso”, explicou a coordenadora geral da Unegro em Brasília, Santa Alves.
A cordenadora da Unegro criticou a absolvição dos PMs alegando que o caso representou uma evidente violação dos diretos humanos. Toni nasceu em Guiné-Bissau e estava no Brasil para cursar economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) por meio de intercâmbio. O jovem foi morto após ter sido supostamente espancado - por dois policiais e um empresário - dentro de uma pizzaria de Cuiabá em setembro de 2011.
Santa Alvez disse que na próxima quinta-feira (5) vai levar a denúncia até a sede da OEA em Brasília e também nas comissões de direitos humanos da Câmara e do Senado Federal. "Queremos que o crime não fique sem uma punição", declarou. Santa Alvez lembrou ainda que a Unegro tem acompanhado a investigação do caso desde o início, inclusive já tendo levado informações da morte até as comissões do Congresso Nacional.
Processo criminal
A Justiça de Mato Grosso marcou para o dia 6 de fevereiro de 2013 a audiência de instrução e julgamento dos três envolvidos – dois PMs e um empresário - no espancamento que resultou na morte do estudante. A reportagem não conseguiu contato com os três acusados até a o fechamento desta edição.
A Promotoria denunciou os três por crime de lesão corporal seguida de morte, e também pediu à Justiça para que os PMs sejam afastados das suas funções. Para a promotora Fânia Amorim, autora da denúncia, já existem indícios suficientes para comprovar a autoria do crime.“Os denunciados, mediante violência consistente em socos, chutes e estrangulamento, teriam ofendido a integridade corporal e a saúde da vítima”, declarou na denúncia.
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