segunda-feira, 2 de julho de 2012

Unegro diz que vai acionar OEA para acompanhar morte de africano em MT


Estudante africano morreu em 2011 após briga em pizzaria em Cuiabá.
Diretora da Unegro diz que caso foi violação de direitos humanos.

Ericksen Vital -Fonte- G1/MT
Estudante foi espancado e morto em setembro de 2011 (Foto: Arquivo Pessoal) 
Estudante foi espancado e morto em setembro de
2011 em Cuiabá (MT) (Foto: Arquivo Pessoal)
A União dos Negros pela Igualdade (Unegro) anunciou que vai acionar a comissão de direitos humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) para pedir o acompanhamento do processo criminal da morte do estudante africano Toni Bernardo da Silva, de 27 anos, em Cuiabá (MT).
A medida foi motivada pela recente absolvição administrativa de dois policiais militares de 24 anos - suspeitos de envolvimento no crime - pelo Comando da Polícia Militar de Mato Grosso.
“Vamos fazer a denúncia na corte internacional porque tememos que a decisão administrativa da PM influencie o juiz. Vamos pedir para a OEA ficar de olho no caso”, explicou a coordenadora geral da Unegro em Brasília, Santa Alves.
A cordenadora da Unegro criticou a absolvição dos PMs alegando que o caso representou uma evidente violação dos diretos humanos. Toni nasceu em Guiné-Bissau e estava no Brasil para cursar economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) por meio de intercâmbio. O jovem foi morto após ter sido supostamente espancado - por dois policiais e um empresário - dentro de uma pizzaria de Cuiabá em setembro de 2011.
No entanto, segundo concluiu a Corregedoria da PM, que apurou a conduta de dois policiais, os soldados não foram considerados culpados pela morte do africano. Com a medida, os policiais devem abandonar as funções administrativas e voltar a trabalhar nas ruas.
Santa Alvez disse que na próxima quinta-feira (5) vai levar a denúncia até a sede da OEA em Brasília e também nas comissões de direitos humanos da Câmara e do Senado Federal. "Queremos que o crime não fique sem uma punição", declarou. Santa Alvez lembrou ainda que a Unegro tem acompanhado a investigação do caso desde o início, inclusive já tendo levado informações da morte até as comissões do Congresso Nacional.
Processo criminal
A Justiça de Mato Grosso marcou para o dia 6 de fevereiro de 2013 a audiência de instrução e julgamento dos três envolvidos – dois PMs e um empresário - no espancamento que resultou na morte do estudante. A reportagem não conseguiu contato com os três acusados até a o fechamento desta edição.

A Promotoria denunciou os três por crime de lesão corporal seguida de morte, e também pediu à Justiça para que os PMs sejam afastados das suas funções. Para a promotora Fânia Amorim, autora da denúncia, já existem indícios suficientes para comprovar a autoria do crime.“Os denunciados, mediante violência consistente em socos, chutes e estrangulamento, teriam ofendido a integridade corporal e a saúde da vítima”, declarou na denúncia.
 

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