sexta-feira, 20 de julho de 2012
Perfil do Trabalho Decente no Brasil de 2012:homens brancos e mulheres negras
Disparidade entre categorias selecionadas de sexo e cor ou raça (homens brancos e mulheres negras)
◊ O entrecruzamento dos atributos de sexo e cor ou raça evidencia a magnitude da desigualdade que afeta as mulheres negras em termos de rendimentos do trabalho. Em 2004 elas recebiam, em média, pouco mais de um terço (36,7%) do rendimento dos homens brancos. Essa proporção continuava sendo bastante reduzida em 2009 (40,3%), apesar da disparidade ter diminuído 3,6 pontos percentuais em cinco anos.
◊ Essa redução decorreu predominantemente do aumento mais expressivo do rendimento médio real das mulheres negras (+64,4%, ao passar de R$ 384 em 2004 para R$ 632 em 2009) em comparação ao observado entre os homens brancos (+49,5%, ao evoluir de R$ 1.048 para 1.567 durante o mesmo período). O crescimento mais expressivo do rendimento das trabalhadoras negras esteve diretamente associado ao aumento real do salário mínimo ocorrido ao longo do período, uma vez que uma significativa proporção delas recebiam um salário mínimo ou possuíam o rendimento referenciado no mesmo.
◊ Diante da relação positiva entre escolaridade e rendimentos, o diferencial de remuneração existente entre trabalhadores negros e brancos no seu conjunto poderia, em parte, ser explicado pelos menores níveis de instrução da população ocupada negra. Entretanto, quando considerados os indicadores de rendimentos por anos de estudo, os diferenciais praticamente não se alteram, independentemente de maiores níveis de escolaridade. Entre os trabalhadores com até 4 anos de estudo, os rendimentos hora de pretos e pardos representavam, respectivamente, 78,7% e 72,1% do rendimento-hora dos trabalhadores brancos. Entre a população ocupada com 12 anos ou mais de estudo, ou seja, com escolaridade mais elevada, os diferenciais são ainda maiores do que aqueles observados entre os de menor nível de instrução: o rendimento-hora dos pretos equivalia a 69,8% dos brancos, e permanecia praticamente inalterado no caso dos pardos de maior escolaridade (73,8%) em relação aos brancos.
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