quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Vítima de racismo Rafaela Silva conquista primeira medalha de ouro feminina do judô brasileiro

Mesmo após as críticas, a judoca fez questão de comemorar o título mundial junto com a torcida brasileira
Vítima de racismo após a eliminação na Olimpíada de Londres, a judoca Rafaela Silva conquistou a primeira medalha de ouro feminina do judô brasileiro em mundiais em uma data especial na luta por uma sociedade mais justa: o aniversário de 50 anos da Marcha sobre Washington, comandada por Martin Luther King.
Marcada pelo histórico discurso do líder negro americano conhecido pela expressão "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"), a caminhada com mais cerca de 250 mil pessoas foi decisiva para o fim da segregação racial nos Estados Unidos. A conquista de um título inédito numa data tão especial foi exaltada por Rafaela.



"É um momento especial [o aniversário da Marcha sobre Washington]. O próprio judô mostra que o racismo não tem o menor motivo", disse Rafaela ao UOL Esporte. Emocionada, a mãe da judoca também condenou as ofensas sofridas no ano passado.
"A gente ficou muito triste na época. Até queriam que ela entrasse com um processo contra aqueles que a ofenderam, mas disse para a Rafaela para não levar isso adiante", lembrou.
A judoca citou o próprio judô como exemplo para a sociedade. Segundo ela, o esporte é democrático e não faz distinções em função da cor da pele.


"O esporte foi criado por japoneses e o maior ídolo é um francês negro [Teddy Riner]. É um esporte democrático, assim como a sociedade deve ser", exaltou Rafaela Silva, natural da Cidade de Deus, famosa favela do Rio de Janeiro.
Citado por Rafaela, o francês Teddy Riner é o maior nome do judô da atualidade. Ele é pentacampeão mundial e ouro olímpico, além de uma verdadeira estrela em sua terra natal. O europeu disputará a categoria peso pesado (acima de 100kg) no Rio de Janeiro no sábado.
Já a polêmica que causou insultos racistas a Rafaela após a sua participação na Olimpíada de Londres se deu por conta do uso pela judoca de um golpe proibido pelas novas regras do judô, a catada de perna. A carioca foi desclassificada da competição e, posteriormente, ofendida por usuários de redes sociais.
Fonte:uol.com.br

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