Diego Quirino, acusado de matar a mãe e três vizinhas, que eram praticantes do Candomblé, foi denunciado por quatro homicídios qualificados e uma tentativa de homicídio por motivo torpe
O promotor de Justiça Thadeu De Goes Lima apresentou denúncia, na quarta-feira (21), contra o maquiador Diego Quirino por quatro homicídios qualificados e uma tentativa de homicídio por motivo torpe. O promotor defendeu na denúncia que os assassinatos das três vizinhas praticantes do Candomblé ocorreram por intolerância religiosa. Quirino também foi acusado de matar a própria mãe e de ter tentado tirar a vida da companheira. A denúncia foi encaminhada para 2ª Vara Criminal de Londrina.
Na avaliação de Lima, os assassinatos podem sim ter motivo religioso. “Ele [Diego] vinha demonstrando um comportamento diferente, impelido por fanatismo religioso e intolerância a outras crenças”, destacou o promotor, que antes da decisão participou de reuniões com representantes do movimento negro de Londrina.
O Ministério Público (MP) pediu que exames de sanidade mental sejam feitos em Quirino. “Eu pedi um laudo de sanidade mental para saber se ele conseguia entender o caráter da atitude que tomou.” Segundo o promotor, os testes serão feitos por psicólogos e psiquiatras do Instituto Médico Legal (IML) de Londrina.
O parecer do MP é contrário ao parecer final do inquérito feito pela Polícia Civil de Londrina. O delegado Willian Douglas Soares, responsável pelas investigações, já havia descartado qualquer motivação religiosa na chacina, já que o suspeito matou a própria mãe e também tentou assassinar a companheira. “Respeito a opinião do promotor. Meu parecer não é vinculativo ao parecer do Ministério Público. Sei que houve uma reunião com o movimento negro que foi até a promotoria e apresentou alguns dados. Como não sei o que foi apresentado, é difícil falar do que eu desconheço”, explicou.
Souza argumentou que, mesmo com a denúncia do MP, ainda descarta que as mortes tenham ocorrido por motivação religiosa. “Ele não teria matado a mãe, tentado esfaquear a companheira e ainda tentado pular na casa de outra vizinha antes de ir para a casa onde houve as mortes. Sem contar quedurante a tarde ele tentou atacar o amigo com uma faca já num primeiro surto”, frisou.
Reunião
Integrantes do grupo ‘Por amor a Yá Mukumby’ se reuniram com o promotor Thadeu De Goes Lima na última semana. Eles afirmam que parentes e amigos que estavam com a vítima poucas horas antes do crime não foram ouvidos pela polícia.
José Mendes, que participa do grupo, afirmou que o promotor recebeu os integrantes. “Nós chegamos a procurar o delegado que investigou o caso, mas ele já tinha encerrado o inquérito. Então procuramos a promotoria e o Thadeu ouviu 6 pessoas”, explicou.
O grupo defendeu que a ação de Quirino teria sido motivada pela religião de Yá Mukumby. “Os santos quebrados não estavam no mesmo cômodo que os corpos. Sem contar que ele ficava observando a casa delas por muito tempo. Desde a mudança dele, a rotina delas mudou, tanto que havia cadeado no portão, coisa que antes dele morar ali do lado isso nunca tinha acontecido”, ressaltou.
fonte:gazeta do povo
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