por:Claudio Ribeiro
O sambista Ismael Cordeiro (Mestre Maé da Cuíca), conhecido pela influência no samba paranaense, morreu nesta sexta-feira (21), aos 85 anos, no Hospital da Policia Militar, em Curitiba. Maé da Cuíca, fundador da primeira escola de samba de Curitiba, em 1945, a Escola de Samba Colorado. Um dos maiores sambistas da nossa terra, Maé é uma lenda, personagem central da história do samba e do Carnaval na capital paranaense.
Cidadão Samba
A história dos sambas-enredo no Paraná começa em 1932. Ismael Cordeiro, então com cinco anos, já era um pia, como se diz no Paraná, um agitador. Tomou a dose e passou mal, a ponto de fazer com que seu pai, ferroviário em Ponta Grossa, tivesse que levá-lo de vagonete para Curitiba no meio da noite. Ficou em tratamento por alguns dias, tempo suficiente para
que o quilômetro 108 da ferrovia – um pátio de manobras de trens anexo à ferroviária – tivesse um novo trabalhador e Curitiba um dos seus primeiros sambistas.
que o quilômetro 108 da ferrovia – um pátio de manobras de trens anexo à ferroviária – tivesse um novo trabalhador e Curitiba um dos seus primeiros sambistas.
A família Cordeiro se instalou na Vila Tassi (Vila que tem a homenagem em samba do seu parceiro Cláudio Ribeiro), já reconhecida por abrigar trabalhadores ferroviários que tinham no samba o momento de descontração.
Como ele dizia: “quietinho, os pías batendo e cantando. Passou o tempo e fui gostando da coisa. Na hora em que eles paravam para tomar o gorozinho eu batia no tamborim”, disse Cordeiro, que aos 84 anos ainda faz questão de calçar indefectíveis sapatos brancos.
E toda tarde tinha samba na Vila Tasse. A casa de Ismael Cordeiro, que começava ali a virar o Maé da Cuíca, ficava onde hoje é o Moinho Anaconda. “Nunca estudei música, não entendo nada de música, mas um dia aprendi”, explica Maé, em meio a quadros e troféus de carnavais passados.
Vila Tassi e a Escola de Samba Colorado. Berço dosamba curitibano, fundada em 1946, a Escola de Samba Colorado formou batuqueiros de todos os matizes e levou à avenida alguns dos mais belos enredos já compostos na terra dos pinheirais. Em seus 60 anos de história a agremiação
fundada por Ismael Cordeiro, o Maé da Cuíca, cresceu, superou barreiras sociais, conseguiu feitos inimagináveis e conquistou lugar de destaque na história do carnaval paranaense e brasileiro.
fundada por Ismael Cordeiro, o Maé da Cuíca, cresceu, superou barreiras sociais, conseguiu feitos inimagináveis e conquistou lugar de destaque na história do carnaval paranaense e brasileiro.
Além de formar grandes batuqueiros e semear o samba na cidade, a agremiação boca-negra deu frutos aos primeiros grupos de samba a tocar na noite de Curitiba – como o Partido Alto Colorado e o Maé Samba Show.
O jogador de futebol
Na batuta de Maé da Cuíca estava o comando do batuque e das canções que embalavam o Ferroviário, que virou Colorado (nome da Escola de Samba fundada por Ismael) e hoje Paraná Clube, na reta do relógio da Vila. Além de fundador da escola de samba Colorado, ele defendeu as cores do Ferroviário dentro de campo. “Em 1949 fui campeão brasileiro do SESI, no Rio de Janeiro. Na volta me levaram pro Ferroviário. Jogava no meio de campo, lateral também”, recordava.
Maé da Cuíca no Rio de janeiro
Em 1977 quando Cartola (Agenor de Oliveira) ouviu “Não Vou Subir”, que os curitibanos Homero Reboli e Cláudio Ribeiro inscreveram-se para o Festival de Novos Compositores, promovido pela Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e Riotur, não teve dúvidas: não só elogiou o samba como estimulou seus autores a inscrever outras músicas nesta promoção
destinada a escolher cinco melhores composições, que junto com sete outras
finalistas seriam gravadas num elepê. Resultado: Homero e Cláudio acabaram
tendo quatro músicas inscritas no Festival e foi exatamente o Mestre Maé da
Cuíca com seus “batuqueiros” que foi defender os sambas no Rio de Janeiro.
Sucesso. De forma emocionante, Maé conseguiu empolgar a direção da agremiação,
seus componentes, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e o proprio Cartola entre
outros. Resultado: Homero e Cláudio ganharam o festival e tiveram o direito de
pertecerem a ala de compositores da escola e o Mestre Maé marcar seu nome
definitivamente na história da música popular brasileira.
destinada a escolher cinco melhores composições, que junto com sete outras
finalistas seriam gravadas num elepê. Resultado: Homero e Cláudio acabaram
tendo quatro músicas inscritas no Festival e foi exatamente o Mestre Maé da
Cuíca com seus “batuqueiros” que foi defender os sambas no Rio de Janeiro.
Sucesso. De forma emocionante, Maé conseguiu empolgar a direção da agremiação,
seus componentes, Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e o proprio Cartola entre
outros. Resultado: Homero e Cláudio ganharam o festival e tiveram o direito de
pertecerem a ala de compositores da escola e o Mestre Maé marcar seu nome
definitivamente na história da música popular brasileira.
Maé da Cuíca esta sendo velado na Capela do Cemitério Municipal do Água Verde.
O sepultamento será neste sábado (22) ás 13 horas no mesmo Campo Santo
publicado: www.brasilcultura.com.br
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