sábado, 17 de julho de 2010

Primeiro dia de Plenária discute exclusão e reconhecimento de espaço na sociedade

Da Assessoria
Ontem (16), iniciou a 4ª Plenária Nacional da UNEGRO na capital paulista. Duas mesas foram compostas para a primeira discussão do encontro. Uma se inteirou de apresentar as principais diretrizes do evento e apresentar as direções unegrinas presentes. A segunda mesa, formada pelo Coordenador de Disseminação de Informações da Bahia, Joilson Rodrigues de Souza e pelo Jornalista José Carlos Ruy, tratou da referência da população negra nos diversos segmentos sociais, inclusive no mercado de trabalho.

Depois de apresentar a pesquisa mensal de emprego realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Coordenador destacou a necessidade de atitude de identificação de cidadania e reconhecimento de espaço. Segundo ele, para que a realidade da população não branca no Brasil possa mudar, é necessário que se tome a atitude auto-declaração e reconhecimento de capacidade. “Tem algo que eu devo fazer para que essa minha relação com o mundo seja repensada, pois a forma como eu me vejo também tem contribuído para que se mantenha um estado de injustiça, ou teremos sempre a sensação de que estamos num lugar que reservaram para nós, e este lugar é apertado, é mínimo”, complementa.
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O Jornalista complementou a fala do colega de mesa e ressaltou a idéia de “povo brasileiro”. Ruy acredita que o divisionismo que ocorre em nossa nação já não é mais válido, pois o país é diverso e miscigenado. “Temos, por exemplo, famílias nas quais há filhos de pele clara e pele escura, eles deixam de ser irmãos? Como, então, podemos nos separar em povos diferentes?”.

Outra vertente em pauta na ocasião foi do racismo camuflado por que passam as pessoas de pele negra. Os dois palestrantes discorreram sobre o posicionamento tomado por muitas pessoas quando se fala em exclusão social no Brasil. De acordo com o Jornalista, quando se fala em desigualdade social, muitos questionam se ela realmente existe. Sobre a luta por uma legislação que garanta a amenização das disparidades sociais, a consideração que geralmente se faz e a de que os negros querem ser favorecidos perante o restante da população. ”Isso é dizer que, perante a lei, somos todos iguais. É, no mínimo, hipócrita!”.

O debate ficou para o segundo dia de Plenária e várias pessoas fizeram suas intervenções e questionamentos. A Unegro/PR teve fala na voz do presidente, Denilto Laurindo, que falou da necessidade de elevar os níveis de representação política da população negra no Brasil, a fim de aumentar e melhorar as políticas públicas pela igualdade social. “O caminho para o avanço da luta é a eleição de nossos representantes”, finaliza.

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