Na tarde da sexta-feira 17 de novembro de 2012, os camponeses do Araguaia registraram mais uma importante página da história do movimento guerrilheiro que combateu a ditadura de 1964 no sul do Estado do Pará no começo da década de 1970. Cerca de 200 camponeses e indígenas ocuparam o plenário da Câmara Municipal de Marabá (PA) em audiência pública da Comissão Nacional da Verdade, que ouviu relatos minuciosos sobre as atrocidades que os agentes a serviço daquele regime tirano praticaram contra a população local.
Osvaldo BertolinoCamponeses e indígenas ocupam plenário da Câmara Municipal de Marabá (PA)
A representante da Comissão Nacional da Verdade, Maria Rita Kehl, ouviu relatos dramáticos dos camponeses e indígenas castigados por apoiar os guerrilheiros. Na abertura do evento, ela disse que na distribuição de atividades na Comissão Nacional da Verdade escolheu os camponeses e indígenas para relatar porque em seu entendimento estas pessoas sofreram mais do que os que foram vítimas nas cidades.
Maria Rita Kehl
Foto: Osvaldo Bertolino
Segundo Maria Rita Kehl, em várias regiões do campo no Brasil, pelo isolamento, foram praticadas as piores injustiças. No Araguaia, além das torturas físicas e das mortes, afirmou a representante da Comissão Nacional da Verdade, as vítimas da repressão perderam suas terras pelo simples fato de conviver com os guerrilheiros. “Naquela época, o Estado achava que podia tudo”, afirmou. Apesar dos limites da Comissão Nacional da Verdade, que não tem poderes para punir os responsáveis pelas atrocidades cometidas, o resgate dos fatos ocorridos é importante para que se saiba o que aconteceu com a população local, observou.
Paulo Fonteles Filho, representante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Grupo de Trabalho Araguaia (GTA) e vice-presidente do Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça – comandada pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos –, anunciou que no dia anterior foi criada, “de forma altiva e corajosa”, a Comissão da Verdade dos índios suruís, a primeira do país destinada a investigar crimes da ditadura contra a população indígena.
Foto: Osvaldo Bertolino
Segundo Maria Rita Kehl, em várias regiões do campo no Brasil, pelo isolamento, foram praticadas as piores injustiças. No Araguaia, além das torturas físicas e das mortes, afirmou a representante da Comissão Nacional da Verdade, as vítimas da repressão perderam suas terras pelo simples fato de conviver com os guerrilheiros. “Naquela época, o Estado achava que podia tudo”, afirmou. Apesar dos limites da Comissão Nacional da Verdade, que não tem poderes para punir os responsáveis pelas atrocidades cometidas, o resgate dos fatos ocorridos é importante para que se saiba o que aconteceu com a população local, observou.
Paulo Fonteles Filho, representante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Grupo de Trabalho Araguaia (GTA) e vice-presidente do Comitê Paraense pela Verdade, Memória e Justiça – comandada pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos –, anunciou que no dia anterior foi criada, “de forma altiva e corajosa”, a Comissão da Verdade dos índios suruís, a primeira do país destinada a investigar crimes da ditadura contra a população indígena.
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