terça-feira, 1 de setembro de 2009

अ Mulher negra


Matéria revista Claudia -
Ter diploma na mão e dinheiro no banco é uma situação rara. Para ascender profissionalmente, as negras superam humilhações e inúmeras dificuldades econômicas. Cada uma das que venceram aponta dezenas de colegas que tentaram e não conseguiram.

Cláudia Nunes, 24 anos, chegou lá. É auditora sênior da empresa Ernst & Young, na capital paulista, e atende grandes industriais no Brasil e na Argentina. Não faz tempo que sua vida mudou. Filha de uma doméstica e de um pedreiro, estudou nas escolas públicas da periferia do bairro de Santo Amaro. Via nos filmes da TV mulheres de tailleur e salto alto em escritórios sofisticados e pensava: "É assim que eu vou trabalhar". Saiu da vila pobre pela primeira vez aos 14 anos, quando foi com a mãe e a irmã gêmea tentar uma vaga no Camp (instituição que ensina informática, técnicas comerciais e inglês a jovens carentes). "Não queria ser como as minhas amigas, que ficavam grávidas aos 15, moravam num puxadinho da casa do pai, trabalhavam na padaria e ainda apanhavam do marido." A caminho do Camp, passou de ônibus pela avenida Paulista. ?Encontrei o cenário dos filmes: aquelas moças bem-vestidas atravessando a Paulista me entusiasmaram.? Não demorou a se tornar uma delas. De estágio em estágio, chegou a um emprego num escritório da avenida mais executiva da capital. Acordava às 5 da manhã, levava marmita, ia de lá para a escola noturna, dormia quatro horas por noite. Em casa, falava inglês o tempo todo com a irmã. Começou a dar aulas numa escola de línguas aos sábados.

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