segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Revolução na Educação Fundamental de Foz do Iguaçu

Das dez melhores escolas públicas do Brasil nas séries iniciais do ensino funda­­mental, três são de Foz do Iguaçu, incluindo a primeira colocada no Índice de De­­senvolvimento da Edu­cação Básica (Ideb) 2011. A Escola Santa Rita de Cássia conquistou a nota 8,6 na avaliação, a mais alta do país, ao lado da Escola Carmelita Dramis, do município de Itaú de Minas (MG). Dez escolas, das 20 paranaenses com a melhor nota, também são de Foz.

O resultado favorável do município no Ideb deve-se a uma série de medidas adotadas desde 2008 e estabelecidas a partir de uma nova cultura de gestão educacional. Com base em taxas de aprovação e reprovação da rede municipal, foram traçadas estratégias e metas em cada escola para melhorar o desempenho dos alunos. O plano incluiu a oferta de reforço no contraturno escolar; atendimento de fonoaudiólogos, assistentes sociais e psicólogos; aplicação de simulados da Prova Brasil; e a implantação do chamado método fônico na alfabetização, no qual se estabelece a relação entre grafemas e fonemas.

INFRAESTRUTURA

Para aumentar em 25% o desempenho no Ideb (de 2007 a 2009, a nota passou de 4,8 para 6,2), a prefeitura montou um banco de projetos para construir novas escolas, com espaço para atividades físicas e aulas de reforço.

“O primeiro passo é a estrutura física”, diz o prefeito Paulo Mac Donald (PDT). Cinco prédios foram construídos do zero, e 21 escolas foram reformadas ou ampliadas.

“Era tudo sucateado, criança quebrando o braço nas rampas. Todo dia tinha que chamar o Samu”, conta Beatriz Pasqualli, 46, diretora da escola Érico Veríssimo, com 1.300 alunos, média 7 no Ideb (era 4,4 em 2007) e em novo prédio há cinco anos.

A nova estrutura, que é compartilhada por alunos da região nas atividades de contraturno, inclui quadra de esportes, ar condicionado nas salas, refeitório e piscina.

METAS E DIAGNÓSTICO

Todos os alunos da rede pública são avaliados por equipes da Secretaria da Educação pelo menos duas vezes ao ano. Os do 4º e 5º anos fazem provas no estilo Ideb.

“É diagnóstico. Se não estiver bom, a gente toma as medidas necessárias”, diz a secretária Joane Vilela.

A partir da avaliação, traça-se uma meta para o próximo Ideb de cada escola. As que cumprirem ganham 14º salário –todos os funcionários, do porteiro ao diretor.

Uma equipe de professores da pasta visita as turmas com as piores notas, conversa com famílias e professores e produz material didático específico. “Até os cadernos dos alunos eles veem”, diz a diretora Iraílde da Silva Vieira, da escola Elenice Milhorança, média 7 no Ideb.

ENVOLVIMENTO DOS PAIS

As escolas têm associações, que ajudam com rifas e festas para arrecadar dinheiro para melhorias.

Na escola Santa Rita de Cássia, a campeã do Ideb (nota 8,6), que tem 200 alunos, o auditório e o parquinho foram feitos com essa verba.

EVASÃO ZERO

Preocupada com a eficiência do sistema, a prefeitura implantou o Projeto Fica, de combate à evasão escolar, que hoje é zero –em 2005, era de 2%. Assistentes sociais, psicólogos e fonoaudiólogos vão uma vez por semana a cada escola para acompanhar a frequência dos alunos e, se for o caso, visitar as famílias.

CONTRATURNO

Junto com o controle da evasão, vieram as aulas de reforço, no contraturno –dadas por professores dedicados à tarefa. As turmas têm aula de reforço ao menos uma vez por semana e podem fazer atividade física, xadrez, dança e música.



fonte: folha de são paulo / gazeta do povo

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