folha.com
de São Paulo
A Justiça do Rio de Janeiro decretou na noite desta quarta-feira (20) a
prisão temporária dos quatro policiais militares suspeitos de
envolvimento na morte e no sumiço do garoto Juan Moraes, 11, durante uma
operação na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Promotoria pede prisão temporária de quatro PMs do caso Juan
Polícia faz perícia em mais 9 fuzis da PM após morte de Juan
Análise preliminar aponta que cápsulas são da PM
Beltrame reconhece erros da polícia no caso Juan
Corpo de Juan é enterrado com esquema de segurança
A decisão atende o pedido feito na terça-feira (19) pelo Ministério Público do Rio contra os cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva, e os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares. Os quatro foram indiciados sob suspeita de duplo homicídio qualificado e pela ocultação do corpo de Juan.
Os mandados de prisão deverão ser encaminhados nesta quinta à Delegacia de Homicídios da Baixada (DHBF), responsável pelo caso.
Reprodução |
Juan Moraes, 11, que desapareceu após operação policial |
Na tarde desta quarta, o delegado Ricardo Barbosa, da DHBF, afirmou que a perícia e as investigações apontam que os disparos que atingiram Juan foram feitos por fuzis de policiais militares. Além disso, Barbosa afirma não ter sido comprovado que houve confronto no dia de seu desaparecimento.
Os quatro PMs indiciados teriam estado no local no momento do crime, mas apenas Barros e Souza teriam confirmado à polícia que fizeram disparos no local durante o suposto confronto.
A polícia também aponta a existência de contradições entre os depoimentos dos dois policiais que efetuaram os disparos. Num primeiro momento, eles disseram ter trocado tiros com um grupo de seis homens, mas depois o número caiu para dois.
O delegado afirmou ainda que a análise do GPS dos carros dos policiais também mostrou horários incompatíveis com a ação. A polícia afirmou que o laudo sobre o sangue encontrado no carros dos policiais já foi concluído e anexado ao inquérito, mas o resultado não foi divulgado.
Além de Juan, também foi morto na ação o adolescente Igor de Souza Afonso,17, apontado como traficante de drogas. Com ele, foi apreendida uma arma. Outras duas pessoas, entre elas o irmão de Juan, ficaram feridas.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, disse que, se ficar comprovada a culpa dos policiais, eles serão expulsos da corporação.
Paula Giolito/Folhapress | ||
Morte de menino Juan completa um mês; ele desapareceu após um suposto tiroteio entre PMs e traficantes |
Após ficar desaparecido por cerca de dez dias, o corpo de Juan foi encontrado no último dia 30 às margens de um rio em Nova Iguaçu. O corpo foi identificado inicialmente, pela perícia, como sendo de uma menina, mas exames de DNA comprovaram que se tratava de Juan.
A perita que identificou o corpo como o de uma garota está sendo alvo de sindicância. Para a polícia, ela foi 'precipitada'.
Nenhum comentário:
Postar um comentário