fonte: Fundação Palmares
Facilitar a relação entre os agentes de cultura e arte negra de São Paulo e a Fundação Cultural Palmares. Esse é um dos objetivos da historiadora, escritora e dramaturga Cidinha da Silva, a frente da representação da FCP no estado paulista. “Nós queremos conhecer essas pessoas, apresentar a Fundação Palmares e manter um diálogo franco e direto para que o trabalho seja o mais satisfatório possível”, pontua.
Cidinha também acredita que a aproximação de grupos e fóruns que debatam e promovam os saberes tradicionais é extremamente importante para a formulação de políticas publicas no âmbito da cultura. “O mais importante é atender as demandas desses grupos e ajudá-los a encontrar caminhos viáveis para que seus projetos sejam implementados”, afirma. “Conseguindo isso, eles passarão de propositores a realizadores”, alega.
O genocídio de jovens negros em São Paulo também foi pontuado por Cidinha, que destacou a parceria entre a FCP e outros órgãos públicos e privados como uma das ferramentas na luta contra essa triste realidade. “A cultura é uma forma de combater a violência e nós estamos atentos a essa situação”, aponta. “Eu acredito que podemos, dentre outras ações, disseminar o programa Juventude Viva para o maior número possível de bairros e cidades de São Paulo e propor ações que reduzam a vulnerabilidade dos jovens a essas situações tão violentas”, conclui.
Currículo – Graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Cidinha da Silva também é escritora, dramaturga e editora do bloguecidinhadasilva.blogspot.com. Atuou no Geledés-Instituto da Mulher Negra durante 13 anos. De 1997 a 1999, foi diretora da instituição e, de 2000 a 2002, assumiu o cargo de presidente. Dentre os temas trabalhados, destacam cultura, relações raciais, gênero, educação e juventude.
Em sua militância, entre tantas atividades, participou na construção das Marchas Zumbi dos Palmares, em 1995, e Zumbi +10, em 2005, realizadas em Brasília, além da preparação da III Conferência Mundial Contra o Racismo (âmbito da sociedade civil) e sua realização, em 2001, em Durban, África do Sul.
Fundado em 2005, o Instituto Kuanza, da qual Cidinha da Silva é um das fundadoras, editou as obras , O caminho das matriarcas e Eu sou atlântica: sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. Cidinha da Silva também é co-autora de livros e autora de diversos artigos, publicadas em periódicos nacionais e estrangeiros.
A nova representante da FCP, em São Paulo, tem a literatura como uma das grandes paixões. Traz no currículo a publicação de três livros de crônicas e três infantis/juvenis. Destacam-se Os nove pentes d’África (novela) e Kuami (romance).
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