segunda-feira, 20 de abril de 2015

Irrelevante Notícia: dois pesos, duas medidas face a cor da pele no esporte.


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por: Denis Denilto*
O racismo institucional dentro de uma certa imprensa brasileira, chega a ser mais que nefasto, chega a ser nefasto/fascista. Face a forma como se utiliza de níveis de importância para noticiar, expor, explicitar, ou comentar um acontecimento. Você tem três grandes acontecimentos desportistas no domingo, mas que por conta da cor da pele de seus atores, a imprensa brasileira declara tais conquistas como "irrelevantes". Isto porque, esta imprensa, insiste em noticiar o que convêm aos seus pseudos-iguais, afirmando utilizar-se da "isonomia", da "imparcialidade" no cobrimento da notícia como “ela é”. E o que se vê notoriamente  é um  texto, uma imagem, uma notícia mórbida, impregnada de parcialidade e de intenções que beneficiam visivelmente uns acontecimentos e marginalizam radicalmente outros. Modifica-se com um texto todo contexto mediante a  quem se está representando.
 Primeiro, a tenista pernambucana Teliana Pereira,  quebra um jejum de 27 anos no tênis feminino brasileiro ao vencer o WTA em Bogotá. E um colunista "famoso", se atem em comentar que esta jovem vendia rifas no passado. Referindo-se a origem humilde da tenista, sem sequer explicitar seu valoroso mérito, ser a  tenista número 1 do Brasil. Defina-se o trato, modifica-se a notícia de acordo com a tonalidade da epiderme do sujeito. Tivemos também, o homem mais veloz do mundo, o jamaicano, Usain Bolt, vencendo o desafio contra três velocistas, no jockey clube, no Rio de janeiro, a expectativa era que Usain quebrasse o próprio recorde mundial na prova. Mas isso também foi tido como irrelevante pela imprensa. Por fim, o inglês, Lewis Hamilton, que lidera a fórmula 1, venceu a terceira de quatro corridas da temporada e teve seu feito reduzido a pequenas chamadas, sem imagens da grande imprensa brasileira:" Hamilton vence a terceira no Bahrein". Esta promoção de irrelevâncias escancara a institucionalização do racismo por parte também da imprensa neste país.  Ao que parece, quanto mais escura for a cor da pele, menor relevância se dá a notícia, mesmo que, em contexto global, seja uma grande pauta noticiar o acontecido. Esta imprensa, tenta impregnar um regime de casta por meio de imagens seletivas que explicitam desgraças e apagam conquistas quando se trata de publicar atos realizados por pessoas negras. Evidente que pairam grandes dúvidas a respeito da qualidade desta imprensa no julgo de uma parte da imprensa internacional. Mas com certeza este posicionamento parcial da imprensa brasileira, também serve para nos alertar sobre a veracidade dos fatos narrados. A quem serve? Para que serve? E qual a intenção desta “não notícia”? Enquanto que, nos desafia a forjar e a procurar uma imprensa que tenha capacidade de mostrar nosso verdadeiro rosto e não de escondê-lo.   
                                                     

 *Denis Denilto -
filósofo, presidente do Conselho de Política Étnico-Racial de Curitiba,   presidente da Unegro/Paraná

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