Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As ruas da capital fluminense viraram picadeiros a céu aberto nesta primeira semana de dezembro, com a 12ª edição do encontro internacional de palhaços Anjos do Picadeiro. Um dos idealizadores da mostra João Artigos explica que a conjuntura política atual foi um dos motivos para que o encontro usasse as ruas como espaços de construção coletiva e artística.
“Os Anjos do Picadeiro surgiu da necessidade do encontro, de um espaço de troca. Boa parte da nossa programação sempre foi ao ar livre, mas neste momento de grandes eventos, de protestos, quisemos aproveitar para vivenciar a questão da rua, para reafirmá-la como espaço de trabalho”, disse o artista. “Ao pagar para um artista de rua, você está exercendo sua cidadania, sem intermediação, é uma forma de financiamento direto, em que você escolhe o que quer ver”, completou.
João Artigos lamentou que algumas pessoas menosprezem a arte de rua. “A gente não tem a cultura do chapéu, a gente não reconhece esse artista por imaginar que ele está na rua por falta de opção, quando na verdade esta é uma opção estética de sobrevivência”, argumentou ele, ao mencionar dois artistas de rua europeus que nunca haviam se apresentado em um palco até participarem do encontro. “Eles se apresentaram pela primeira vez em um teatro aqui. Os caras tiram [faturam] mil euros em um domingo”, acrescentou.
O encontro, que começou no domingo (1º) e vai até sábado (7), reúne centenas de artistas de diferentes países e inclui oficinas, assessorias técnicas, fóruns entre outras atividades. Amanhã, os Caçadores de Risos estarão no centro do Rio, fazendo a primeira palhaceata desta edição, uma espécie de carnaval de rua circense.
“As palhaceatas são ótimas, porque atravessamos pelo meio da população e a galera participa. É como se fosse um carnaval antecipado”, contou o ator e diretor Sérgio Machado, que também é professor de uma das oficinas.
O professor ressaltou que embora o clima do encontro seja de desconcentração e espontaneidade, é preciso muita seriedade para formar e difundir as artes do riso e da comicidade. “Apesar de ser uma palhaçada completa, o trabalho é muito sério. As pessoas acham que muita coisa está sendo criada ali na hora, mas, na verdade, é técnica, é fazer com que o público acredite que as ações são improvisadas”, explicou ao ressaltar que os palhaços dedicam horas de ensaios diários para os números.
O evento é produzido desde 1996 pelo Grupo Carioca Teatro de Anônimo. Hoje existe uma rede de intercâmbio e o encontro é um espaço de intercâmbio, reciclagem e qualificação profissional, segundo Artigo. “Os desdobramentos são muitos. Temos parcerias que geram oportunidades de trabalho, fóruns de discussões. Este ano será lançada pela primeira vez uma revista eletrônica com artigos ligados ao tema. Vamos organizar um acervo de vídeos do Anjo dos picadeiros para poder ser estudado, enfim, são várias coisas que aconteceram antes e depois do encontro”, contou ele.
A próxima palhaceata será em Madureira, zona norte, na sexta-feira (6), e a última em Bangu, zona oeste, no sábado, dia de encerramento do encontro. Mais informações estão no site http://www.anjosdopicadeiro.com.br/.
Edição: Talita Cavalcante
“Os Anjos do Picadeiro surgiu da necessidade do encontro, de um espaço de troca. Boa parte da nossa programação sempre foi ao ar livre, mas neste momento de grandes eventos, de protestos, quisemos aproveitar para vivenciar a questão da rua, para reafirmá-la como espaço de trabalho”, disse o artista. “Ao pagar para um artista de rua, você está exercendo sua cidadania, sem intermediação, é uma forma de financiamento direto, em que você escolhe o que quer ver”, completou.
João Artigos lamentou que algumas pessoas menosprezem a arte de rua. “A gente não tem a cultura do chapéu, a gente não reconhece esse artista por imaginar que ele está na rua por falta de opção, quando na verdade esta é uma opção estética de sobrevivência”, argumentou ele, ao mencionar dois artistas de rua europeus que nunca haviam se apresentado em um palco até participarem do encontro. “Eles se apresentaram pela primeira vez em um teatro aqui. Os caras tiram [faturam] mil euros em um domingo”, acrescentou.
O encontro, que começou no domingo (1º) e vai até sábado (7), reúne centenas de artistas de diferentes países e inclui oficinas, assessorias técnicas, fóruns entre outras atividades. Amanhã, os Caçadores de Risos estarão no centro do Rio, fazendo a primeira palhaceata desta edição, uma espécie de carnaval de rua circense.
“As palhaceatas são ótimas, porque atravessamos pelo meio da população e a galera participa. É como se fosse um carnaval antecipado”, contou o ator e diretor Sérgio Machado, que também é professor de uma das oficinas.
O professor ressaltou que embora o clima do encontro seja de desconcentração e espontaneidade, é preciso muita seriedade para formar e difundir as artes do riso e da comicidade. “Apesar de ser uma palhaçada completa, o trabalho é muito sério. As pessoas acham que muita coisa está sendo criada ali na hora, mas, na verdade, é técnica, é fazer com que o público acredite que as ações são improvisadas”, explicou ao ressaltar que os palhaços dedicam horas de ensaios diários para os números.
O evento é produzido desde 1996 pelo Grupo Carioca Teatro de Anônimo. Hoje existe uma rede de intercâmbio e o encontro é um espaço de intercâmbio, reciclagem e qualificação profissional, segundo Artigo. “Os desdobramentos são muitos. Temos parcerias que geram oportunidades de trabalho, fóruns de discussões. Este ano será lançada pela primeira vez uma revista eletrônica com artigos ligados ao tema. Vamos organizar um acervo de vídeos do Anjo dos picadeiros para poder ser estudado, enfim, são várias coisas que aconteceram antes e depois do encontro”, contou ele.
A próxima palhaceata será em Madureira, zona norte, na sexta-feira (6), e a última em Bangu, zona oeste, no sábado, dia de encerramento do encontro. Mais informações estão no site http://www.anjosdopicadeiro.com.br/.
Edição: Talita Cavalcante
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