Palminor Rodrigues Ferreira (1942-1978)
"Nenhuma borracha apagará o que este "Lápis" escreveu." (J.Gilberto Tatára)
Palminor Rodrigues Ferreira, o Lápis, nasceu a 5 de outubro de 1943, vigésimo primeiro filho - caçula, nasceu com lesão cardíaca. Sua mãe, Maria Luiza, mais conhecida como Dona Mariquinha, queria que ele fosse sargento, mas ele gostava mesmo era de cantar. Com 12 anos já tocava pandeiro na Rádio Marumbi. Seu irmão Lalo, também músico, presenteou-o com um violão.
Em casa o chamavam de Pami. Pami aprendeu a tocar seu violão, através de um método, depois de desafinar muitas vezes o violão de Lalo. Aos 18 anos compunha sua primeira música, "Vestido Branco". Lápis concluiu apenas o ginásio, falava corretamente o português, sem vícios de linguagem. Seu círculo de amizades era vasto, compositor de intelectuais, profissionais, desocupados e indigentes. Casou-se muito jovem, aos 19 anos, com uma suíça de nome Romana, com quem teve dois filhos, Alexandre (o Grafite) e Palminor Júnior.
Sempre dizia: "Se faço música para o povo, tenho que entender e viver suas necessidades. Isso faz parte da vida."
Vivia por aí, frequentando lugares onde podia encontrar motoristas, trabalhadores e outras pessoas da chamada classe produtiva, vivendo o cotidiano. Fazia shows beneficentes, para arrecadar verba para as crianças desamparadas. Além de cantar e tocar nas penitenciárias.
Lápis era atencioso com todos e sempre procurava ajudar novos cantores, talvez por isso mesmo tenha morrido sem dinheiro, mas com muitos amigos.
Cantor-compositor, era funcionário da antiga Empresa de Correios e Telégrafos - atribuiu-se seu apelido desde então: fino, alto e preto - igual a Lápis.
Foi o primeiro cantor/compositor a depor no Museu da Imagem e do Som. Obteve classificação por duas vezes consecutivas no Festival Internacional da Canção no Rio de Janeiro, numa das vezes pegou a 6ª colocação com a canção "Roteiro". Classificou-se no Festival "Punta del Leste procura su canción". Participou e trabalhou com muita gente como o Quateto Cido, acompanhou Eliana Pittman, apresentou-se ao lado de Rosinha Valença, na estreia do Casa Grande a convite de Sérgio Cabral. Gravou alguns teipes para a Rede Globo, fez turnê pela Europa onde se apresentou em 86 boates (aos 24 anos).
Parceiro de Paulo Vítola, Rubens Rolim, Nicolatti, Micelli, Jorge Segundo, Marco Aurélio entre outros.
Produziu músicas para os Originais do Samba, Eliana Pittman ("Silêncio"), Dóris Monteiro (gravou sambas-enredo:"Liberdade" e "Volta do sertanejo"). Apresentou-se com Jorge Ben, no Coutry Club, acompanhou por mais de um ano a cantora Maria Odete.
Lápis gravou um LP, "Dia de Arlequim" e com o conjunto "Bitten-4", formado por Fernando, Anadir e Dalton, gravou "Manhã de Sol" - na Sam Jazz Quintet, de Curitiba. Morou algum tempo no Rio de Janeiro, fazendo parte deste conjunto, que era composto por músicos paranaenses que, na época, se apresentavam na TV Tupi.
Ganhou o 1º Festival Paranaense de Música Popular Brasileira, realizado pela TV Paranaense com a canção "Roteiro". Um dos mais famosos shows foi o "Funeral para um Rei Negro" que apresentou no Teatro Guaíra.
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