terça-feira, 1 de junho de 2010

“Escola não é apenas professor”

Da Assessoria

A implantação e execução de políticas Publicas de Educação efetivas nas Comunidades remanescentes de Quilombos foram o foco de atenção do II Seminário de Lideranças Quilombolas do Paraná.

“A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão, arte e EDUCAÇÃO...”. As diretrizes para a Educação nas Comunidades Quilombolas do Estado foram rediscutidas no Seminário que ocorreu entre os dias 28 e 31 de maio, em Curitiba. O evento foi organizado pela parceria da Unegro/PR, da Secretaria Estadual de Educação (SEED) e outras en
tidades do Movimento de Lutas pela Igualdade Racial.


De um lado, o encontro teve como finalidade a apre sentação de cada realidade (contada pelos próprios quilombolas). De outro, a obtenção, em conjunto, de possíveis diagnósticos educacionais para estas comunidades, bem como da discussão de políticas públicas de Estado que deverão ser construídas nas áreas da Educação e Assistên-
cia Técnica Rural. Uma das principais deman-
das trazidas pelos Líderes para a Educação foi
a valorização da cultura, hisria e princípios étnicos e humanos das Comunidades Quilombolas. “Principalmente a juventude, não tem muito valor pelo nosso espaço e tradições, acho que a educação é uma ferramenta importante para que se entenda a importância histórica e social que a comunidade tem”, declara uma das líderes presentes no evento.

A participação das várias comunidades, entidades e representantes de núcleos de edu-
cação de todo o território e da própria Secretaria foi determinante para a pluralidade do debate. Vários grupos para apresentação e analise de como é e/ou deveria ser a escolarização da comunidade foram montados. O Professor Denilto Laurindo, presidente da Unegro/PR, declara que há avanços, mas ainda é necessário que se mobilize mais. “Os primeiros passos são sempre o começo de uma grande caminhada”.

Para o Coordenador de Organização e Finanças
da entidade, Luiz Henrique Fontes, a avaliação do encontro também é positiva. Mas, antes, existe a necessidade das Comunidades estabelecerem uma relação de independência com relação ao poder público estadual. “Ainda seremos escravos enquanto não conquistarmos a alforria do Estado. O que exigimos aqui nada mais é que obrigação do poder; temos que mostrar que não estamos pedindo esmola”, com-
plementa.

Eduardo Oliveira, Duda, concorda com Fontes e alega que é preciso articular pelo menos três níveis. “Um, inicial, e que já está sendo feito é o diálogo consistente com os próprios quilombolas e seus movimentos organizados e, num segundo momento, com a produção acadêmica para, em seguida, comprometer, pragmaticamente, o poder público”.


Em breve, serão disponibilizadas as fotos do evento.

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